Casos de tuberculose sobem e vigilância aumenta no estado de Santa Catarina; saiba como se proteger

Tuberculose cresce em SC e alerta de saúde é reforçado. (Foto: YuriArcurs via Canva)
Tuberculose cresce em SC e alerta de saúde é reforçado. (Foto: YuriArcurs via Canva)

O aumento dos casos de tuberculose em Santa Catarina reacendeu a necessidade de vigilância e prevenção em todo o estado. Somente em 2024, foram notificadas 2.339 pessoas com a doença, sendo 1.979 na forma pulmonar, que é justamente a mais transmissível. A taxa de incidência chegou a 29 casos por 100 mil habitantes, um patamar que mantém a doença entre as principais preocupações de saúde pública.

Além disso, os dados mais recentes mostram que 14,3% dos pacientes testados apresentaram coinfecção tuberculose-HIV, combinação que exige atenção redobrada devido ao risco aumentado de complicações. Por outro lado, há um ponto positivo: 28 municípios catarinenses foram reconhecidos por atingir metas de prevenção, diagnóstico e tratamento, indicando que o engajamento local pode fazer diferença real no controle da doença.

A cobertura vacinal da BCG, aplicada ainda na maternidade, também apresentou bom desempenho, alcançando 83,18% em bebês menores de um ano em 2025. Essa proteção é essencial, sobretudo contra as formas mais graves da tuberculose em crianças.

Por que a tuberculose ainda preocupa o estado

O principal desafio é que a doença avança de forma silenciosa em muitos pacientes. Os sintomas iniciais podem passar despercebidos, o que contribui para a transmissão contínua. Em regiões com alta circulação de pessoas, como centros urbanos catarinenses, a chance de contágio aumenta.

A transmissão ocorre quando alguém infectado libera gotículas no ar por meio da fala, tosse ou espirro. Em ambientes fechados e mal ventilados, o risco se torna ainda maior.

Sintomas que exigem avaliação imediata

Ventilação e BCG ajudam a prevenir a doença. (Foto: YuriArcurs via Canva)
Ventilação e BCG ajudam a prevenir a doença. (Foto: YuriArcurs via Canva)

Reconhecer a tuberculose cedo é fundamental para interromper a cadeia de transmissão. Os sinais mais frequentes incluem:

  • Tosse persistente por mais de duas a três semanas
  • Febre baixa ao final do dia
  • Suor noturno
  • Cansaço intenso
  • Perda de peso e apetite

Em casos mais avançados, podem surgir dor torácica e expectoração com sangue, o que demanda atendimento urgente.

Como a doença é diagnosticada no SUS

O diagnóstico depende de exames específicos. Os mais utilizados incluem:

  • Exame de escarro, que identifica a bactéria
  • Radiografia ou tomografia, para avaliar a condição pulmonar
  • Testes rápidos disponíveis em várias unidades de Santa Catarina

A confirmação precoce aumenta as chances de cura e reduz a transmissão, especialmente em municípios com maior incidência.

Tratamento: acesso gratuito e importância da adesão

O tratamento da tuberculose é oferecido gratuitamente pelo SUS, geralmente com duração mínima de seis meses

A combinação de antibióticos é eficaz, desde que o paciente siga o esquema até o final. Interromper o processo pode levar ao surgimento de cepas resistentes, que exigem terapias mais longas e complexas.

Prevenção: medidas simples que fazem diferença

Apesar do cenário desafiador, a tuberculose pode ser prevenida com atitudes acessíveis:

  • Manter ambientes bem ventilado
  • Evitar aglomerações em locais fechados
  • Usar máscara em casos de tosse persistente
  • Estimular a vacinação com BCG
  • Procurar atendimento ao primeiro sinal de sintomas prolongados

Para grupos vulneráveis, como pessoas com HIV, idosos e imunossuprimidos, o acompanhamento regular é ainda mais importante.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.