Câncer de mama: entenda como funciona a reconstrução após a cirurgia

Cirurgia devolve autoestima e bem-estar às mulheres. (Foto: Pixelshot via Canva)
Cirurgia devolve autoestima e bem-estar às mulheres. (Foto: Pixelshot via Canva)

A reconstrução mamária é um dos momentos mais significativos na jornada de quem enfrentou o câncer de mama. Mais do que restaurar a aparência, ela ajuda a reconstruir a autoestima, a identidade e o equilíbrio emocional após um período de intenso tratamento.

A cirurgia pode ser feita logo após a mastectomia, no mesmo ato em que o tumor é retirado, ou em um segundo momento, dependendo do tipo de câncer e das condições clínicas da paciente. Essa decisão é sempre individualizada e deve ser tomada em conjunto com a equipe médica.

Técnicas modernas que transformam o resultado

Com o avanço da medicina, diferentes técnicas permitem resultados naturais e seguros. Entre as principais opções estão:

  • Implantes de silicone: devolvem o volume da mama com recuperação mais rápida.
  • Retalhos de tecidos do próprio corpo: utilizam pele, gordura e músculo do abdômen, costas ou coxas.
  • Oncoplastia: combina a retirada do tumor com a remodelação da mama, preservando a simetria e a forma natural.

Essas técnicas oferecem melhores resultados estéticos e funcionais, reduzindo cicatrizes e promovendo mais conforto físico e emocional.

Quando a reconstrução é indicada

Reconstrução mamária pode ser feita pelo SUS. (Foto: PBX Studio via Canva)
Reconstrução mamária pode ser feita pelo SUS. (Foto: PBX Studio via Canva)

A reconstrução é indicada para todas as mulheres submetidas à mastectomia total ou parcial, desde que o quadro clínico permita. Ela pode ocorrer:

  • Imediatamente após a retirada do tumor, quando o caso é seguro;
  • Em um segundo momento, após tratamentos como quimioterapia ou radioterapia.

A escolha do momento ideal depende de fatores como o tipo de tumor, o estágio da doença e a resposta do organismo ao tratamento.

Reconstrução mamária é um direito garantido por lei

No Brasil, a Lei nº 15.171/2025 garante o direito à cirurgia plástica reconstrutiva das mamas a todas as mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial da mama, independentemente da causa.

O texto da lei também assegura que toda mulher tem o direito de decidir livremente sobre a realização do procedimento, desde que plenamente informada sobre os riscos e benefícios. A norma vale tanto para a rede pública (SUS) quanto para a rede privada, ampliando o acesso e reforçando a importância da reconstrução na recuperação integral.

O impacto psicológico e emocional

A reconstrução mamária não é apenas uma cirurgia estética, ela simboliza recomeço e autoconfiança. Após o câncer, muitas mulheres relatam melhora significativa na autoestima, no bem-estar e na qualidade de vida.

A decisão pela reconstrução deve ser vista como parte do tratamento global, pois cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar do corpo. A sensação de se sentir novamente inteira é um passo fundamental no processo de superação.

A reconstrução mamária representa esperança, força e recomeço. Com os avanços médicos e o respaldo da Lei nº 15.171/2025, o procedimento tornou-se mais acessível e seguro, permitindo que milhares de mulheres retomem não apenas a forma física, mas também a confiança e a vontade de viver plenamente.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.