O amálgama, utilizado há décadas em restaurações dentárias, é uma liga metálica composta principalmente de mercúrio, prata, estanho e cobre. Apesar de eficaz e resistente, o mercúrio é uma substância tóxica que pode liberar vapores prejudiciais durante o manuseio, descarte e até em determinadas condições bucais.
A exposição crônica ao mercúrio está associada a problemas neurológicos, renais e respiratórios, além de impactos negativos sobre o meio ambiente, devido ao seu acúmulo em ecossistemas aquáticos.
Por isso, a eliminação gradual desse material não é apenas uma decisão técnica, mas uma ação estratégica de saúde pública e responsabilidade ambiental.
Materiais substitutos ganham espaço
Nos últimos anos, o país vem adotando alternativas seguras e eficazes ao amálgama. Entre os principais materiais que vêm substituindo o mercúrio, destacam-se:
- Resinas compostas, conhecidas pela estética superior e boa durabilidade;
- Cimentos de ionômero de vidro, que liberam flúor e protegem os dentes contra novas cáries.
Essas tecnologias não apenas reduzem riscos, como também promovem uma odontologia minimamente invasiva, alinhada aos princípios de conservação e prevenção.
Brasil lidera a transição com segurança

Desde 2017, o país utiliza exclusivamente amálgama encapsulado, uma forma de manuseio mais segura, que reduz a exposição de profissionais e pacientes ao mercúrio. Entre 2019 e 2024, o uso do material caiu de 5% para 2% em todos os procedimentos restauradores, mostrando o avanço do processo de substituição.
O foco agora é realizar uma transição gradual e segura, garantindo que os atendimentos odontológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) continuem acessíveis e de qualidade, enquanto o país caminha para uma eliminação total da liga metálica.
Futuro livre do mercúrio
A eliminação do amálgama representa um marco não apenas na odontologia, mas na proteção ambiental e na segurança populacional. O Brasil mostra que é possível equilibrar inovação, cuidado com o paciente e responsabilidade ecológica.

