A beterraba pode até parecer apenas um vegetal comum, mas pesquisas recentes mostram que ela oferece benefícios impressionantes para o fígado, órgão central nos processos de limpeza e metabolismo do corpo.
Seus pigmentos naturais, antioxidantes e fibras atuam em diferentes frentes, ajudando a reduzir inflamações, melhorar a função hepática e apoiar a eliminação de toxinas. E agora, evidências clínicas reforçam que seu consumo pode realmente fazer diferença.
A importância de fortalecer o fígado todos os dias
O fígado está envolvido em tarefas essenciais, como transformar toxinas em compostos inofensivos, metabolizar gorduras, equilibrar hormônios, armazenar energia e regular o colesterol. No entanto, hábitos modernos, alimentação inadequada, sedentarismo, álcool, estresse e excesso de medicamentos, podem sobrecarregar o órgão e favorecer o surgimento de gordura no fígado, inflamação e disfunções hepáticas silenciosas.
Nesse cenário, incluir alimentos protetores no dia a dia pode trazer suporte real. Entre eles, a beterraba se destaca como uma aliada poderosa.
Por que a beterraba é tão benéfica para o fígado
A beterraba reúne compostos que atuam diretamente na saúde hepática. Entre os efeitos mais estudados estão:
Ação antioxidante e anti-inflamatória
A beterraba é rica em betalaínas, pigmentos com forte capacidade antioxidante que ajudam a neutralizar radicais livres e reduzir inflamações, processos intimamente ligados ao dano hepático.
Estímulo às vias naturais de desintoxicação
Os compostos da beterraba apoiam as etapas em que o fígado transforma toxinas para que sejam eliminadas. Isso contribui para um fluxo detox mais eficiente.
Melhora da metabolização de gorduras
A beterraba auxilia na fluidez da bile, facilitando a digestão de gorduras e reduzindo a pressão metabólica sobre o fígado.
Proteção contra acúmulo de gordura no fígado
Pesquisas mostram que seus antioxidantes ajudam a impedir que a gordura se deposite no fígado, especialmente em pessoas com maior risco metabólico.
Melhora da circulação hepática
Por ser rica em nitratos naturais, a beterraba aumenta a produção de óxido nítrico, que dilata vasos sanguíneos e melhora a chegada de nutrientes ao fígado.
Evidência científica recente confirma os benefícios
Um dos estudos mais completos e atuais sobre o tema é o ensaio clínico publicado em Frontiers in Nutrition (2023), intitulado “Comparação dos efeitos do suco de beterraba e da dieta mediterrânea sobre as enzimas hepáticas e o aspecto ultrassonográfico em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica: um ensaio clínico randomizado controlado”, conduzido por Hawal Lateef Fateh.
Nesse estudo, adultos com gordura no fígado foram acompanhados por 12 semanas e receberam suco de beterraba, dieta mediterrânea ou a combinação dos dois. Os resultados mostraram reduções significativas em ALT, ALP e outros marcadores de estresse hepático, além de melhora no perfil lipídico e sinais de redução da esteatose no ultrassom. Esses achados reforçam que a beterraba realmente possui potencial para proteger e apoiar o fígado, especialmente quando associada a um estilo de vida saudável.
O que são ALT e ALP?
ALT (Alanina Aminotransferase / TGP)
A ALT é uma enzima produzida principalmente pelo fígado. Quando as células hepáticas sofrem inflamação ou algum tipo de lesão, essa enzima aumenta no sangue.
ALT elevada pode indicar:
- Fígado gorduroso
- Hepatites
- Lesões por álcool
- Lesões por medicamentos
- Inflamação hepática em geral
Resumo: ALT alta normalmente aponta para dano direto ao fígado.
ALP (Fosfatase Alcalina)
A ALP é uma enzima presente no fígado, ossos e vias biliares. Ela aumenta quando existe bloqueio ou dificuldade no fluxo da bile, ou quando o fígado está inflamado.
ALP elevada pode indicar:
- Obstrução das vias biliares
- Cálculos biliares
- Inflamações hepáticas
- Alterações nas vias biliares
Resumo: ALP alta costuma sinalizar problemas no fluxo da bile ou nas vias biliares.
Como incluir beterraba no dia a dia
Para aproveitar seus benefícios, vale apostar em preparações simples:
- Suco de beterraba com limão ou maçã
- Beterraba ralada crua para saladas
- Beterraba cozida ou assada
- Smoothies com beterraba e frutas vermelhas
O ideal é alternar entre versões cruas e levemente cozidas para preservar os compostos ativos.
