A comunidade astronômica vive um momento de entusiasmo: o cometa interestelar 3I/ATLAS voltou a ser observado após semanas desaparecido na intensa luminosidade solar. Esse objeto, um dos raríssimos corpos confirmados como vindos de fora do nosso Sistema Solar, reapareceu em plena noite de Halloween, reacendendo investigações sobre sua origem e comportamento.
A nova detecção foi realizada a partir do Telescópio Discovery, no Arizona, por Qicheng Zhang, que capturou a primeira imagem óptica do cometa após seu periélio, o ponto de maior aproximação com o Sol. Até então, sua trajetória vinha sendo acompanhada apenas por instrumentos espaciais devido ao brilho solar ofuscante.
- Reaparecimento registrado logo após o periélio;
- Objeto interestelar, não pertencente ao Sistema Solar;
- Velocidade superior a 210 mil km/h;
- Mudança de brilho e tonalidade azulada observadas recentemente;
- Previsão de melhor visibilidade nos próximos dias.
Mudanças no brilho e cor intrigam cientistas
Observações recentes indicam que o 3I/ATLAS apresentou uma coloração azulada pouco antes de desaparecer no brilho solar. Essa tonalidade sugere intensa liberação de gases, fenômeno típico quando o gelo do núcleo cometa evapora rapidamente sob calor extremo. Aumento de brilho também foi registrado, indicando atividade significativa durante sua passagem próxima ao Sol.

Com o cometa agora novamente visível, inclusive com telescópios menores, astrônomos profissionais e amadores já iniciam uma nova fase de monitoramento, essencial para analisar se essa atividade continuará ou se diminuirá conforme ele se afasta da estrela.
Por que esse cometa é tão especial?
O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto interestelar já identificado no Sistema Solar. Sua trajetória quase retilínea confirma que ele não será capturado pela gravidade solar; trata-se de um visitante cósmico de passagem. Estimativas sugerem que esse corpo pode ter até três bilhões de anos a mais que o próprio Sistema Solar, carregando pistas sobre a formação de mundos distantes na Via Láctea.
Cientistas acreditam que longos períodos sob radiação cósmica criaram uma crosta escura e espessa ao redor do núcleo, dificultando a observação de seus materiais primitivos. Ainda assim, cada registro traz dados valiosos sobre sua composição e evolução.
Próximos dias serão decisivos
Conforme o 3I/ATLAS ganha distância do Sol, sua posição no céu se tornará mais favorável para observações globais. Em cerca de uma semana, espera-se que esteja entre 25° e 30° de separação solar, permitindo que mais telescópios direcionem suas lentes para esse mensageiro interestelar.

