A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão imediata da fabricação e comercialização de suplementos alimentares e bebidas energéticas que contenham ozônio entre seus ingredientes. A medida, publicada na última quarta-feira (5), também proíbe a distribuição e propaganda desses produtos em todo o território nacional.
Por que o ozônio foi banido dos suplementos
O ozônio é um gás natural com propriedades oxidantes, usado há décadas como agente de desinfecção em sistemas de tratamento de água. No entanto, não há comprovação científica que sustente seu uso seguro em suplementos alimentares ou bebidas de consumo diário.
De acordo com a Anvisa, o gás não passou por avaliações de segurança toxicológica que atestem sua estabilidade e efeitos no organismo humano quando ingerido. Por isso, qualquer produto que utilize ozônio como ingrediente ativo é considerado irregular e deve ser recolhido imediatamente.
Além disso, a decisão inclui a apreensão de todos os lotes fabricados pela empresa responsável pelos produtos ozonizados, impedindo que cheguem ao consumidor.
Propaganda enganosa e alegações sem respaldo científico
Os suplementos e energéticos retirados do mercado eram divulgados com promessas terapêuticas, como melhora da digestão, da função hepática e da saúde cardiovascular. Contudo, essas alegações não são permitidas para alimentos ou suplementos no Brasil.
A Anvisa reforçou que as mensagens publicitárias de suplementos só podem mencionar funções metabólicas naturais dos nutrientes, e não podem sugerir efeitos curativos ou medicamentosos. Dessa forma, os produtos ozonizados violaram tanto normas sanitárias quanto regras de rotulagem e comunicação.
Como identificar produtos irregulares
Para evitar riscos à saúde, os consumidores devem verificar se o suplemento possui registro na Anvisa. Produtos sem número de registro ou com promessas exageradas, como “cura”, “regeneração celular” ou “rejuvenescimento”, devem ser evitados.
Ao identificar um item suspeito, o ideal é:
- Não consumir o produto;
- Guardar o rótulo ou embalagem para denúncia;
- Notificar a Anvisa por meio do sistema oficial de vigilância sanitária.
Consumo seguro e vigilância constante
A decisão da Anvisa reforça a importância de avaliar cientificamente qualquer substância usada em suplementos, especialmente quando associada a promessas de performance ou rejuvenescimento.
O uso indevido de compostos químicos sem validação científica pode causar reações adversas graves e efeitos tóxicos cumulativos no organismo.
