O eritritol, adoçante sem calorias bastante utilizado em produtos diet e low carb, voltou ao centro das discussões científicas. Um estudo publicado no Journal of Applied Physiology sugeriu que a substância pode danificar células dos vasos sanguíneos do cérebro, levantando dúvidas sobre um possível aumento do risco de acidente vascular cerebral.
Principais pontos do estudo:
- O eritritol pode prejudicar células endoteliais em laboratório.
- Especialistas alertam que mais pesquisas em humanos são necessárias.
- O adoçante já foi associado a maior risco de coágulos, derrame e infarto.
- A OMS desaconselha o uso prolongado de adoçantes sem açúcar.
Vale destacar que essa descoberta chama atenção porque o eritritol é amplamente consumido no dia a dia, inclusive por pessoas que buscam reduzir o açúcar na alimentação.
O que a ciência descobriu até agora

Segundo os pesquisadores, em ambiente de laboratório, o adoçante mostrou efeitos nocivos sobre células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos. Essas células desempenham papel essencial na circulação e no transporte de oxigênio para o cérebro.
Cabe ressaltar que os testes foram feitos apenas em células isoladas, e não em organismos vivos. A neurocientista Amy Reichelt, da Universidade de Adelaide, destacou:
“Este estudo foi realizado em um ambiente controlado, com células isoladas, e não com um organismo vivo inteiro. Portanto, o impacto fisiológico real na saúde humana em contextos alimentares cotidianos permanece incerto.”
Por que esse tema preocupa especialistas?
Em 2023, outro estudo, publicado na Nature Medicine, já havia associado níveis elevados de eritritol no sangue a maior risco de coágulos, derrame e infarto. Vale destacar que, no mesmo ano, a OMS desaconselhou o uso prolongado de adoçantes sem açúcar, porque eles não parecem ajudar na perda de peso e podem até aumentar a chance de doenças como diabetes tipo 2.
Sendo assim, a soma dessas evidências reforça a necessidade de cautela. Por isso, pesquisadores defendem mais estudos em humanos para confirmar se o risco realmente se aplica ao consumo alimentar.
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Alerta para o consumidor
O eritritol está presente em diversos produtos rotulados como sem açúcar, como balas, chocolates, refrigerantes e alimentos com apelo low carb. Também é usado por pessoas que seguem dietas como a cetogênica, já que praticamente não afeta os níveis de glicose no sangue.
No entanto, apesar de ser considerado seguro por órgãos reguladores, como a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA), estudos recentes sugerem que o consumo em excesso pode não ser tão inofensivo. Isso porque, quando presente em altas concentrações no sangue, o eritritol pode estar relacionado a problemas cardiovasculares e, agora, a possíveis impactos nos vasos sanguíneos cerebrais.
Dessa maneira, é importante que o consumidor entenda que “sem calorias” não significa ausência total de riscos. Vale destacar que o eritritol também ocorre em pequenas quantidades em frutas como uvas, peras e melões, mas a quantidade consumida a partir de alimentos industrializados tende a ser muito maior.
Com isso, especialistas reforçam que a melhor estratégia continua sendo o equilíbrio: reduzir o consumo de açúcar refinado é fundamental, mas substituir completamente por grandes doses de adoçantes artificiais ou álcoois de açúcar também pode trazer consequências.
Desse jeito, a recomendação atual é simples: quem já consome produtos com eritritol não precisa eliminar de imediato, mas deve evitar exageros e acompanhar as novas descobertas científicas. Afinal, a saúde a longo prazo depende de escolhas alimentares equilibradas e diversificadas.
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