A incrível utilidade dos bigodes caninos que poucos tutores conhecem

Bigodes ajudam os cães a se orientar e evitar obstáculos. (Foto: Mike Jones via Canva)
Bigodes ajudam os cães a se orientar e evitar obstáculos. (Foto: Mike Jones via Canva)

Os bigodes dos cães, conhecidos como vibrissas, são estruturas cheias de função, não apenas enfeites faciais. Esses pelos longos e grossos que crescem no focinho, nas bochechas e acima dos olhos são uma ferramenta essencial para que os cães entendam o ambiente ao seu redor.

Cada vibrissa está conectada a folículos ricos em terminações nervosas, que captam até as menores variações de ar e enviam informações diretamente ao cérebro do animal. É como se o cachorro tivesse um radar natural, que o ajuda a se mover com segurança e precisão.

Sensores naturais que ajudam na percepção

Os bigodes funcionam como sensores de movimento e distância, permitindo que os cães “enxerguem” com o toque do ar. Quando o ar muda de direção ao redor de um objeto, os bigodes se dobram e ativam uma resposta neural, avisando o cão sobre obstáculos próximos.

É por isso que, às vezes, o pet parece não enxergar um petisco logo à frente, ele depende tanto do olfato e dos bigodes quanto da visão. Para cães de raças com focinho curto, como pugs e buldogues, essas estruturas são ainda mais importantes, já que o campo de visão é limitado.

Comunicação através dos bigodes

Bigodes caninos captam vibrações e mudanças no ar. (Foto: Pixabay via Canva)
Bigodes caninos captam vibrações e mudanças no ar. (Foto: Pixabay via Canva)

Os bigodes também revelam muito sobre as emoções dos cães. Quando estão relaxados, os pelos permanecem levemente curvados. Mas, em momentos de tensão ou ameaça, eles se projetam para frente, acompanhando outras expressões corporais, como o rosnado ou o olhar fixo.

Observar os bigodes pode ajudar o tutor a entender o estado emocional do pet, identificando sinais de desconforto antes que o animal reaja de forma agressiva ou assustada.

Uma ferramenta evolutiva para caça e navegação

Cães originalmente criados para caça e rastreamento, como o Irish Wolfhound, desenvolveram bigodes mais longos e espessos. Em ambientes selvagens, eles auxiliavam na orientação entre árvores e arbustos, evitando colisões durante perseguições em alta velocidade.

Mesmo hoje, em casa, esses pelos continuam ajudando o cachorro a se mover no escuro e em locais apertados.

Por que nunca se deve cortar os bigodes do seu cãozinho?

Aparar ou remover os bigodes prejudica a percepção espacial e emocional do animal. Sem eles, o cão perde parte da capacidade de navegar e interpretar estímulos sensoriais, o que pode deixá-lo desorientado ou ansioso.

Portanto, os bigodes devem ser vistos como órgãos sensoriais, não como pelos estéticos. Deixe-os crescer naturalmente, e apenas mantenha uma toalha por perto para quando o pet molhar o rosto depois de beber água!

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.