Não é só a água ou os alimentos que carregam microplásticos: o ar que respiramos dentro de casa e nos veículos também pode estar cheio dessas partículas. Um levantamento recente publicado na revista Plos One mostra que uma pessoa pode inalar até 68 mil micropartículas plásticas por dia, muitas vezes tão pequenas que conseguem circular pelo corpo e alcançar órgãos vitais.
Microplásticos: invisíveis, mas perigosos

As partículas estudadas medem entre 1 e 10 micrômetros, tamanho inferior a um sétimo da espessura de um fio de cabelo humano. Por serem extremamente leves, permanecem suspensas no ar por longos períodos e podem penetrar profundamente no sistema respiratório.
Além disso, carregam substâncias químicas tóxicas, incluindo BPA, ftalatos e PFAS, que já foram associadas a inflamação pulmonar crônica e aumento do risco de câncer de pulmão.
Ambientes internos concentram mais poluentes
O estudo aponta que casas e carros apresentam concentrações significativamente maiores de microplástico do que ambientes externos. O motivo é simples: espaços fechados acumulam partículas devido à presença de objetos plásticos, baixa ventilação e constante movimentação humana.
Principais fontes identificadas:
- Roupas e tecidos sintéticos
- Móveis e carpetes plásticos
- Utensílios domésticos de plástico
Nos veículos, o acúmulo é ainda mais intenso, chegando a quatro vezes a concentração encontrada nos apartamentos, principalmente por causa do painel, volante, maçanetas e outros componentes internos.
Estratégias para reduzir a exposição
Embora seja impossível eliminar totalmente os microplásticos, algumas medidas ajudam a diminuir os riscos:
- Optar por produtos de madeira, metal ou fibras naturais;
- Garantir boa ventilação em ambientes fechados;
- Reduzir o uso de carpetes e tecidos sintéticos;
- Nos veículos, alternar entre janelas abertas e ar interno, equilibrando ventilação e entrada de partículas externas.
O estudo reforça que o ar interno é uma fonte significativa de exposição a microplásticos, com impactos potenciais à saúde respiratória e geral. Adotar medidas preventivas e repensar o uso de plásticos em ambientes fechados pode reduzir esses riscos e proteger o bem-estar de toda a família.