Neuralink cria próteses controladas pela mente e muda vida de paralisados

Controle mental: chip Neuralink move braços robóticos com precisão (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Controle mental: chip Neuralink move braços robóticos com precisão (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

A fronteira entre ciência e ficção científica se estreita cada vez mais com os avanços da Neuralink, empresa de neurotecnologia de Elon Musk. Recentemente, o dispositivo desenvolvido pela companhia demonstrou que pessoas com lesões medulares ou doenças neurológicas podem controlar braços robóticos apenas com o pensamento, abrindo novas possibilidades para mobilidade assistida e reabilitação.

Em testes públicos, usuários implantados com o chip conseguiram realizar movimentos complexos com precisão surpreendente, aproximando-se de um controle natural de seus membros artificiais. Esses resultados representam um marco histórico em interfaces cérebro-computador (BCIs), embora a tecnologia ainda esteja em fase clínica. Principais destaques da tecnologia:

  • Controle mental direto: interpreta sinais neurais e traduz em movimentos robóticos;
  • Usuários com diferentes condições: teste inclui lesão medular e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
  • Aplicações iniciais: interação com videogames, xadrez e, progressivamente, próteses mais sofisticadas;
  • Segurança e precisão: cada implante é acompanhado de protocolos rigorosos para minimizar riscos.

Como funciona a interface cérebro-computador da Neuralink

O dispositivo se conecta ao sistema nervoso central, captando a atividade elétrica do cérebro. Por meio de algoritmos avançados, essa informação é interpretada em comandos que acionam dispositivos externos, como braços robóticos. Assim, o paciente consegue executar movimentos complexos sem esforço físico, usando apenas a mente.

Paralisia não é barreira: próteses robóticas comandadas pela mente (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Paralisia não é barreira: próteses robóticas comandadas pela mente (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Embora os resultados sejam animadores, a Neuralink mantém cautela quanto à segurança, enfatizando que os ensaios clínicos ainda estão em andamento. Até setembro de 2025, a empresa implantou o chip em 12 voluntários, monitorando cada etapa para avaliar eficácia, precisão e eventuais efeitos adversos.

Desafios e perspectivas futuras

O objetivo final da Neuralink vai além de simples movimentos robóticos: a meta é restaurar autonomia para pessoas paralisadas, permitindo que interajam com o ambiente, utilizem equipamentos diários e melhorem sua qualidade de vida. Futuras atualizações podem ampliar a precisão do controle, possibilitando inclusive comunicação direta entre cérebro e dispositivos digitais, como computadores e smartphones.

Apesar do entusiasmo, os especialistas alertam que pesquisa cuidadosa, ética e regulação clínica são essenciais para garantir que a tecnologia seja segura e acessível, evitando riscos e complicações neurológicas.Portanto, a Neuralink oferece um vislumbre real do futuro das próteses inteligentes, aproximando a ciência da plena restauração da mobilidade humana e redefinindo o que significa controlar dispositivos apenas com o cérebro.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.