A China está conduzindo uma das obras mais ambiciosas da história moderna: um trem submarino de alta velocidade, projetado para atravessar o Estreito de Bohai e conectar as penínsulas de Liaodong e Shandong em apenas 40 minutos. O que hoje exige mais de seis horas poderá ser reduzido a uma fração do tempo, transformando logística, turismo e integração econômica regional. Além disso, a estrutura terá impacto direto no comércio, ao facilitar o deslocamento de cargas em velocidade inédita. Algumas características ajudam a entender a magnitude do projeto:
- Extensão total de 123 quilômetros sob o oceano;
- Investimento estimado em mais de R$ 224 bilhões;
- três seções estruturais, com dois vãos ferroviários e um corredor técnico;
- previsão de 10 a 15 anos para conclusão.
Uma travessia que reinventa fronteiras
O futuro túnel ferroviário deve operar com trens capazes de manter alta velocidade mesmo em ambiente submerso, algo que exige sistemas de ventilação, impermeabilização e segurança altamente sofisticados. A engenharia envolve perfuração em regiões com atividade sísmica significativa, o que reforça a complexidade do empreendimento. Ainda assim, especialistas destacam que a obra pode se tornar um novo marco tecnológico, comparável às maiores infraestruturas já desenvolvidas na Ásia.

Além de reduzir drasticamente o tempo de deslocamento entre Dalian e Yantai, o trem submarino deve impulsionar cadeias produtivas inteiras. A capacidade de transporte rápido e contínuo favorece desde o fluxo de insumos industriais até a circulação de trabalhadores, ampliando a competitividade de polos estratégicos do país.
O projeto também dialoga com outras megaconstruções recentes, que demonstram o esforço chinês em acelerar sua mobilidade nacional. Obras como pontes de grande extensão e redes ferroviárias integradas reforçam uma política de conectividade que mira o longo prazo e prepara a região para novas rotas comerciais.
Desafio de engenharia para a próxima geração
A construção subaquática de 123 quilômetros representa um dos maiores desafios já enfrentados pela engenharia civil chinesa. O túnel contará com vãos paralelos exclusivos para os trens e um corredor central destinado a manutenção e evacuação, garantindo redundância e segurança em caso de emergência. Apesar do cronograma extenso, o país aposta que o sistema será uma das peças-chave da mobilidade asiática nas próximas décadas.

