Exposição a PFAS no ar pode afetar pulmões e circulação sanguínea

PFAS invisíveis no ar do sul da Flórida representam risco à saúde. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
PFAS invisíveis no ar do sul da Flórida representam risco à saúde. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Mesmo em regiões sem indústrias pesadas, como o sul da Flórida, o ar pode conter PFAS, os chamados “químicos eternos”. Essas substâncias persistentes podem se ligar a partículas ultrafinas, penetrando profundamente nos pulmões e chegando à corrente sanguínea, aumentando potenciais riscos à saúde ao longo do tempo.

  • PFAS já são encontrados em água, solo, alimentos e produtos domésticos;
  • Partículas finas transportam PFAS pelo ar, mesmo em áreas limpas;
  • Homens podem apresentar maior exposição devido à maior inalação média de ar;
  • A exposição prolongada e acumulativa ainda é pouco compreendida;
  • Estudos recentes fornecem base para pesquisas e regulamentações futuras.

Como os PFAS chegam ao ar?

Os PFAS podem ser liberados por produtos do dia a dia, como itens de limpeza, cosméticos e embalagens de alimentos. Mesmo sem fontes industriais locais, as partículas químicas se dispersam pelo ar, favorecidas por condições quentes e úmidas, e podem percorrer longas distâncias, chegando a cidades como Miami.

Químicos eternos podem penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Químicos eternos podem penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea. (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

Pesquisas demonstram que esses produtos químicos não são facilmente degradáveis, o que significa que permanecem no ambiente por longos períodos, mantendo a exposição humana contínua.

Riscos e desafios para a saúde pública

Embora os níveis detectados no ar do sul da Flórida sejam relativamente baixos, eles não devem ser subestimados. A penetração de PFAS no trato respiratório inferior e subsequente passagem para a circulação sanguínea levanta preocupações sobre acúmulo e possíveis efeitos crônicos à saúde, como alterações metabólicas e imunológicas.

  • Penetração profunda nos pulmões aumenta absorção sistêmica;
  • Exposição acumulativa ainda carece de estudos de longo prazo;
  • Monitoramento contínuo é essencial para compreender impactos regionais e nacionais.

Caminhos para pesquisa e prevenção

Atualmente, pesquisadores estudam o ciclo de vida dos PFAS na atmosfera, incluindo oxidação, formação de aerossóis e interações químicas. Além disso, sistemas de águas pluviais e residuais podem contribuir para a dispersão ambiental desses químicos.

O conhecimento gerado permitirá criar estratégias de mitigação, políticas mais eficazes e uma consciência maior sobre o impacto de escolhas cotidianas, como produtos de consumo e hábitos de descarte.

Dessa maneira, mesmo ar aparentemente limpo pode conter partículas de PFAS capazes de afetar a saúde humana. Estudos como os publicados no Journal of Hazardous Materials representam passos cruciais para compreender a propagação desses químicos e proteger comunidades urbanas.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.