Três hábitos comuns que aceleram o entupimento das artérias

Fumo leve também inflama e endurece as artérias. (Foto: Phonlamai Photo's Images via Canva)
Fumo leve também inflama e endurece as artérias. (Foto: Phonlamai Photo's Images via Canva)

As artérias formam uma rede essencial para distribuir oxigênio e nutrientes por todo o corpo. Quando essas estruturas começam a perder elasticidade ou acumular placas, o transporte de sangue se torna limitado, comprometendo a função celular e elevando riscos de doenças cardiovasculares

Embora muitos fatores sejam conhecidos, alguns hábitos cotidianos passam despercebidos, mas têm impacto direto sobre o processo que leva ao entupimento arterial.

O peso do tabagismo mesmo em pequenas quantidades

Mesmo em quem fuma pouco, as substâncias presentes no cigarro estimulam inflamação contínua nas paredes das artérias. Com o tempo, essa agressão favorece a deposição de gordura, reduz a elasticidade dos vasos e aumenta a tendência à formação de placas

Além disso, o tabaco altera a capacidade do sangue de transportar oxigênio e favorece a agregação de plaquetas, elementos que tornam o ambiente arterial ainda mais vulnerável. 

Esse conjunto de efeitos acelera mecanismos relacionados à aterosclerose, condição que está entre as principais causas de infarto e acidente vascular cerebral.

Estresse prolongado como gatilho de inflamação vascular

Estresse crônico cria microlesões nos vasos. (Foto: Getty Images via Canva)
Estresse crônico cria microlesões nos vasos. (Foto: Getty Images via Canva)

O estresse crônico não afeta apenas o humor. Ele intensifica a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina, que aumentam a pressão arterial, favorecem picos glicêmicos e estimulam respostas inflamatórias sistêmicas. Essa combinação provoca microlesões na parede dos vasos, abrindo caminho para o depósito de gordura e cálcio

Além disso, níveis elevados de estresse reduzem a capacidade do organismo de reparar danos microscópicos nas artérias, tornando mais acelerada a progressão do estreitamento dos vasos. Esse quadro cria um ambiente propício para o aparecimento de placas densas e difíceis de reverter.

Dormir pouco prejudica o sistema cardiovascular em múltiplas frentes

A privação de sono é frequentemente subestimada, mas estudos mostram que noites curtas impulsionam processos inflamatórios, desregulam o metabolismo e aumentam a pressão arterial. Durante o sono profundo, ocorre a restauração vascular e a modulação adequada de hormônios relacionados ao controle do açúcar e da pressão

Quando esse ciclo é interrompido repetidamente, a parede das artérias se torna mais suscetível a danos e inflamação persistente. Com o passar dos anos, esse cenário favorece o acúmulo de placas que estreitam o fluxo sanguíneo.

Prevenção faz diferença a longo prazo

Esses três hábitos atuam de maneira acumulativa, muitas vezes sem provocar sintomas imediatos. No entanto, silenciosamente, eles alteram o ambiente interno das artérias, acelerando processos que podem levar a infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e redução da capacidade do coração de bombear sangue

Adotar práticas que reduzam o estresse, melhorar a higiene do sono e evitar o tabagismo são medidas simples, porém altamente eficazes para preservar a saúde arterial antes que danos irreversíveis se instalem.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.