A cada ano, praias que conhecemos e amamos estão mudando ou simplesmente desaparecendo. Um estudo recente da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) alerta que até 50% das praias do mundo podem desaparecer até 2100. A pesquisa revela que a combinação de mudanças climáticas e interferência humana está acelerando um fenômeno que coloca em risco não apenas o turismo, mas toda a vida costeira e a economia local.
A análise de centenas de litorais ao redor do mundo mostrou que os principais fatores de degradação são:
- Elevação do nível do mar, que aumenta a força das ondas, tempestades e correntes marítimas, removendo grandes volumes de areia;
- Urbanização intensa próxima à costa, com construções que impedem a recuperação natural da faixa de areia;
- Remoção de dunas e vegetação nativa, prejudicando a estabilidade dos ecossistemas costeiros;
- Limpeza mecânica constante da areia, que interfere nos processos naturais de reposição;
- Alterações no fundo arenoso, impactando espécies que dependem de substratos estáveis para sobreviver.
Consequências para ecossistemas e comunidades

A erosão não afeta apenas a faixa de areia visível. Toda a estrutura do sistema costeiro muda, incluindo zonas submersas, que abrigam peixes, crustáceos e plantas marinhas essenciais para o equilíbrio ambiental. Praias consideradas estáveis, como as classificadas como intermediárias e reflexivas, podem se tornar vulneráveis em poucas décadas, agravando o risco para ecossistemas e populações humanas.
Além disso, a perda de praias impacta diretamente o turismo, a pesca artesanal e outras atividades econômicas que dependem do litoral, gerando consequências socioeconômicas significativas.
Medidas urgentes e soluções

Sem políticas de gestão costeira, planejamento urbano responsável e restauração ambiental, milhões de pessoas podem perder suas casas, fontes de renda e o acesso a áreas litorâneas. Estratégias como proteção de dunas, reflorestamento de vegetação nativa e controle da ocupação humana são fundamentais para manter a integridade das praias e a segurança das comunidades costeiras.
O estudo reforça que a proteção das zonas costeiras precisa ser uma prioridade global, considerando o avanço das mudanças climáticas e a intensificação da urbanização. A ação imediata é essencial para garantir que as praias sobrevivam e continuem oferecendo serviços ambientais, econômicos e recreativos vitais.

