Estudo revisa segurança da sertralina e traz alertas importantes

Pesquisa revela efeitos comuns e raros da sertralina. (Foto: Towfiqu Barhhuiys via Canva)
Pesquisa revela efeitos comuns e raros da sertralina. (Foto: Towfiqu Barhhuiys via Canva)

A sertralina permanece entre os antidepressivos mais prescritos em todo o mundo, mas pesquisas recentes reforçam a importância de compreender plenamente seus efeitos no organismo. 

Uma nova análise publicada no Journal of Affective Disorders, liderada por Yanping Shu, trouxe dados atualizados sobre o perfil de segurança do medicamento e como ele se comporta em situações reais de uso. Essa investigação amplia o entendimento sobre benefícios, possíveis riscos e variações individuais de resposta.

Como a sertralina atua e por que continua essencial no tratamento psiquiátrico

A sertralina integra o grupo dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina e sua ação se baseia no aumento da disponibilidade desse neurotransmissor, responsável por regular humor, sono e resposta ao estresse. O estudo conduzido por Shu analisou bancos de dados internacionais de farmacovigilância, permitindo observar padrões que não são facilmente detectados em ensaios clínicos tradicionais.

Os achados mostram que o medicamento mantém boa eficácia em quadros de depressão e transtornos ansiosos, especialmente em tratamentos de médio e longo prazo, desde que haja supervisão profissional.

Efeitos colaterais mais frequentes apontados pela pesquisa

Pesquisa identifica náuseas e insônia como reações frequentes. (Foto: Prathan Chorruangsak via Canva)
Pesquisa identifica náuseas e insônia como reações frequentes. (Foto: Prathan Chorruangsak via Canva)

De acordo com a análise liderada por Yanping Shu, os efeitos adversos mais relatados por usuários de sertralina incluem:

  • Náusea e desconforto gastrointestinal
  • Dor de cabeça
  • Insônia
  • Tontura
  • Diarreia
  • Redução do desejo sexual

Esses sintomas costumam ser mais intensos durante o início do tratamento, estabilizando após a adaptação do organismo.

Reações menos comuns observadas no estudo

Um dos destaques da pesquisa foi a identificação de reações incomuns, que embora raras, são clinicamente relevantes:

  • Bruxismo
  • Alterações sensoriais, como parestesias
  • Distúrbios gastrointestinais raros, incluindo colite microscópica

Esses achados reforçam que cada paciente pode apresentar respostas distintas, dependendo de fatores genéticos, idade, uso de outros medicamentos e condições de saúde prévias.

Quando buscar avaliação médica imediata

O estudo também identificou um pequeno número de reações que exigem atenção mais rápida, como confusão mental, euforia inesperada, agitação intensa ou episódios de desmaio. Embora raros, esses sinais devem ser avaliados por um profissional para ajuste de dose ou revisão do tratamento.

O papel do acompanhamento individualizado

A publicação destaca a importância do monitoramento contínuo durante o uso da sertralina, especialmente nas primeiras semanas. O acompanhamento garante melhor adaptação ao medicamento, reduz o risco de interações e aumenta a chance de resposta terapêutica eficaz.

A pesquisa conduzida por Yanping Shu reforça que a sertralina permanece uma ferramenta importante na psiquiatria moderna, desde que utilizada com orientação adequada.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.