A busca por inteligência extraterrestre ganha um novo rumo com uma proposta ousada: observar alinhamentos planetários em vez de apenas planetas isolados. A ideia foi apresentada por cientistas da Penn State e do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL/NASA), após analisarem como a própria humanidade envia transmissões de rádio para o espaço profundo.
Como nossas transmissões podem nos denunciar
Grande parte dos sinais emitidos da Terra se concentra nas comunicações com sondas e rovers em Marte. Atualmente, existem 18 espaçonaves em órbita do planeta vermelho, além de módulos de pouso em sua superfície.
Esses contatos exigem o uso da Rede do Espaço Profundo da NASA, composta por enormes antenas parabólicas na Califórnia, Espanha e Austrália.
Principais destaques do estudo:
- As transmissões humanas mais fortes têm como alvo Marte e sondas solares;
- O transbordamento de sinais ocorre quando planetas estão alinhados;
- Civilizações alienígenas poderiam detectar nossas comunicações nessas condições;
- Alinhamentos aumentam exponencialmente as chances de interceptação;
- Estratégia sugere priorizar sistemas estelares com múltiplos planetas em linha.
Segundo o pesquisador Pinchen Fan:
“Os humanos estão se comunicando predominantemente com as espaçonaves e sondas que enviamos para estudar outros planetas como Marte. Mas um planeta como Marte não bloqueia toda a transmissão, então uma espaçonave ou planeta distante posicionado ao longo do caminho dessas comunicações interplanetárias poderia potencialmente detectar o transbordamento”.
Esse fenômeno, chamado de transbordamento de sinais, ocorre sempre que a Terra e Marte se alinham na perspectiva de outro corpo celeste.
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Onde a busca por alienígenas deve se concentrar

Os pesquisadores concluíram que, se uma civilização extraterrestre estivesse em um ponto capaz de observar o alinhamento entre Terra e Marte nos últimos 20 anos, teria 77% de chance de interceptar nossas transmissões. Já no caso de outros alinhamentos planetários do sistema solar, essa probabilidade cairia para cerca de 12%.
Expansão da busca com novos telescópios
O SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) já investiga sinais de rádio há décadas, mas analisou apenas uma fração minúscula do cosmos. De acordo com a NASA, é como se tivéssemos ouvido apenas uma “pequena piscina dentro de um oceano”.
Com a chegada do Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, será possível identificar centenas de milhares de exoplanetas e mapear sistemas em que planetas se alinhem do ponto de vista da Terra. Isso permitirá aplicar a estratégia sugerida e ampliar a eficiência da busca por possíveis civilizações alienígenas.
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