O céu da Austrália revelou recentemente um espetáculo natural extremamente raro: o red sprite, também conhecido como “duende vermelho”. Trata-se de um tipo de descarga elétrica que ocorre muito acima das nuvens, na mesosfera, a até 80 km de altitude, tornando sua observação a partir da Terra algo excepcional.
Esses fenômenos têm duração extremamente curta, mas proporcionam imagens impressionantes que despertam fascínio tanto entre cientistas quanto fotógrafos amadores. Entre os destaques do registro recente, vale ressaltar:
- O red sprite surge logo após tempestades elétricas intensas;
- A coloração vermelha intensa é causada pela interação da descarga com o nitrogênio na atmosfera;
- Sua ocorrência é breve, durando apenas milissegundos, o que dificulta a captura;
- Fotografias da Estação Espacial Internacional (ISS) complementam dados terrestres;
- Projetos de ciência cidadã, como o “Spritacular”, envolvem o público na coleta de imagens.
O que são os “duendes vermelhos”?
Os red sprites pertencem à categoria dos Eventos Luminosos Transitórios (TLEs), fenômenos elétricos distintos dos relâmpagos convencionais. Enquanto os relâmpagos comuns se formam dentro das nuvens, os duendes vermelhos se desenvolvem muito acima, atingindo regiões raramente exploradas por observadores terrestres.
Esses eventos foram relatados por pilotos durante décadas, mas só começaram a ser fotografados a partir de 1989. Sua forma característica lembra figuras fantasiosas ou criaturas míticas, o que justifica o apelido de “duende vermelho”.
NASA e ciência cidadã ampliam o estudo
Nos últimos anos, a NASA tem incentivado tanto astronautas quanto o público a registrar TLEs, reunindo imagens que ajudam a compreender melhor o fenômeno. Projetos como o Spritacular fornecem dados valiosos sobre frequência, localização e características físicas desses eventos. A colaboração entre observações terrestres e orbitais permite:
- Documentar a ocorrência de sprites em diferentes regiões do planeta;
- Comparar variações de cor e forma entre eventos distintos;
- Estudar a interação da descarga elétrica com gases atmosféricos;
- Criar modelos para previsão de TLEs durante tempestades;
- Desenvolver métodos avançados de captura fotográfica em alta velocidade.
Astronautas da NASA e da ESA, como Nichole Ayers e Andreas Mogensen, já registraram red sprites em diferentes continentes, consolidando registros orbitais complementares às observações terrestres. O estudo de red sprites não é apenas estético; ele auxilia na compreensão de processos elétricos da atmosfera superior, além de contribuir para modelos de previsão climática e elétrica.
Sua análise pode revelar detalhes sobre a mesosfera, composição atmosférica e dinâmica de tempestades intensas.Apesar de breves, esses eventos fornecem um ponto de conexão entre ciência, arte e curiosidade, estimulando fotógrafos e pesquisadores a documentar e compreender os limites da atmosfera terrestre.
