A superfície de Marte acaba de ganhar um novo enigma. Enquanto explorava a cratera Jezero, o rover Perseverance, da NASA, identificou uma rocha incomum que se destaca do terreno árido e fraturado ao redor. O objeto, batizado de Phippsaksla, chama atenção por seu brilho metálico e pela composição diferente do restante da paisagem marciana. A descoberta rapidamente despertou a curiosidade da equipe científica, que agora investiga se o material pode ser um meteorito rico em ferro e níquel, algo relativamente raro na região estudada.
Logo após a primeira análise, o interesse aumentou ainda mais, especialmente porque meteoritos metálicos costumam resistir por longos períodos no planeta vermelho. A suspeita inicial ganhou força com os dados coletados por instrumentos de alta precisão a bordo do rover. Principais pontos da descoberta:
- Phippsaksla tem cerca de 80 cm e se destaca do ambiente ao redor;
- O Perseverance identificou elevada concentração de ferro e níquel;
- Meteoritos metálicos já foram vistos por outros rovers, mas ainda não por ele;
- A rocha pode ter vindo do interior de um grande asteroide;
- A descoberta ajuda a entender o histórico de impactos e erosão em Marte.
Um objeto que destoa da paisagem marciana
O Perseverance registrou imagens da rocha em diferentes dias e, após as primeiras avaliações, decidiu orientar seus instrumentos para a análise da composição. O equipamento SuperCam, responsável por investigar minerais por meio de lasers e espectroscopia, revelou concentrações atípicas de metais típicos de meteoritos ferrosos. Esse padrão químico reforça a ideia de que Phippsaksla não teria se formado em Marte, mas surgido de um objeto espacial fragmentado antes de cair na superfície do planeta.

Além disso, meteoritos metálicos costumam permanecer preservados por longos períodos devido à baixa umidade e ao lento processo de erosão marciana. Por isso, encontrar um exemplar tão bem conservado sugere que ele pode ter atravessado eras de ventos e tempestades sem sofrer danos significativos.
O que a nova rocha pode revelar sobre o passado de Marte
Desde 2021, o Perseverance explora Jezero em busca de pistas sobre a antiga atividade geológica e a possível presença de água no passado. A identificação de um meteorito desse porte contribui para compreender não apenas os impactos sofridos pelo planeta, mas também o fluxo de materiais vindos do espaço ao longo de sua história.
A Sociedade Meteorítica reconhece 15 meteoritos metálicos já encontrados em Marte, todos detectados por exploradores robóticos. A eventual confirmação de Phippsaksla como um novo exemplar colocaria o Perseverance no mesmo grupo de rovers que já registraram materiais extraterrestres sólidos no planeta.
A equipe agora planeja obter mais leituras químicas, avaliar texturas superficiais e analisar o grau de erosão. Essas informações podem revelar se o objeto chegou recentemente ou se permanece ali há milhões de anos. Enquanto isso, o Perseverance continua estudando rochas mais antigas fora de Jezero para montar um panorama mais amplo da evolução marciana.

