Azeite de oliva pode proteger o cérebro e retardar a demência, segundo estudo

Azeite de oliva ajuda a proteger o cérebro do envelhecimento. (Foto: Getty Images via Canva)
Azeite de oliva ajuda a proteger o cérebro do envelhecimento. (Foto: Getty Images via Canva)

O azeite de oliva, conhecido há séculos como um dos pilares da dieta mediterrânea, volta a ser destaque na ciência moderna. Um estudo publicado em 2024 na revista JAMA Network Open, conduzido por pesquisadores de Harvard, sugere que incluir pequenas quantidades desse óleo no dia a dia pode contribuir para retardar o avanço da demência e proteger o cérebro do envelhecimento precoce.

Como o azeite age na saúde do cérebro

Durante quase 30 anos, mais de 92 mil adultos foram acompanhados pelos cientistas para avaliar o impacto do azeite na saúde neurológica. O resultado foi impressionante: pessoas que consumiam ao menos sete gramas por dia, o equivalente a meia colher de sopa, apresentaram até 28% menos risco de morrer por causas relacionadas à demência.

O segredo está na composição única do azeite de oliva, especialmente o extravirgem, que contém:

  • Polifenóis, compostos antioxidantes que reduzem danos celulares;
  • Vitamina E, essencial para proteger os neurônios;
  • Ação anti-inflamatória, que preserva os vasos sanguíneos e o fluxo cerebral.

Essas propriedades ajudam a manter as funções cognitivas estáveis e reduzem processos degenerativos que podem levar a doenças como o Alzheimer.

Um dos pontos mais curiosos da pesquisa foi o impacto de trocas simples no cardápio. Ao substituir cinco gramas diárias de margarina ou maionese por azeite de oliva, os participantes reduziram o risco de morte associado à demência entre 8% e 14%.

Por outro lado, substituir manteiga ou óleos vegetais comuns não gerou o mesmo efeito. Isso reforça que os nutrientes exclusivos do azeite, e não apenas o tipo de gordura, são determinantes para a proteção cerebral.

Um aliado mesmo em casos genéticos

Azeite extravirgem tem compostos que preservam a memória. (Foto: Getty Images via Canva)
Azeite extravirgem tem compostos que preservam a memória. (Foto: Getty Images via Canva)

Mesmo após considerar fatores genéticos, como o gene APOE ε4, ligado à predisposição à demência, os resultados se mantiveram consistentes. Isso mostra que o azeite atua como um protetor independente, capaz de oferecer benefícios mesmo a quem tem maior vulnerabilidade hereditária.

A importância do contexto alimentar

Os pesquisadores destacam que o azeite deve ser parte de um estilo de vida equilibrado. Dietas inspiradas no padrão mediterrâneo, ricas em frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas e peixes, amplificam os efeitos protetores.

Incorporar o azeite é simples e saboroso:

  • Use em saladas e legumes;
  • Finalize pratos prontos com um fio de azeite cru;
  • Experimente no pão em vez da manteiga.

Pequenas doses diárias bastam para oferecer suporte ao cérebro, coração e sistema imunológico.

Azeite como símbolo de longevidade

Mais do que um tempero, o azeite de oliva é um verdadeiro elixir natural de saúde e longevidade. Seus compostos bioativos combatem inflamações, fortalecem as células cerebrais e ajudam a preservar a memória ao longo dos anos.

Adotar o hábito de incluir esse alimento na rotina pode ser uma das maneiras mais simples e eficazes de proteger o cérebro e prolongar a qualidade de vida.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.