Um novo estudo publicado na revista Preventive Nutrition and Food Science trouxe à tona um alerta importante sobre o impacto da alimentação no tempo de vida saudável.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), analisou o efeito de 33 alimentos comuns no Brasil e concluiu que alguns deles podem reduzir até 40 minutos de vida saudável por porção consumida.
Os pesquisadores utilizaram o modelo Health Nutritional Index (HENI), que calcula quantos minutos de vida com qualidade podem ser ganhos ou perdidos a partir das escolhas alimentares diárias. O método leva em conta fatores como composição nutricional, risco de doenças crônicas (como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares) e impacto ambiental.
Os alimentos que mais reduzem tempo de vida
Entre os alimentos com maior impacto negativo, destacam-se:
- Carne suína, associada à perda de cerca de 36 minutos de vida saudável por porção;
- Margarina, com ou sem sal, que reduz aproximadamente 25 minutos;
- Carne bovina, responsável por uma perda estimada de 22 minutos;
- Biscoitos salgados e ultraprocessados, com cerca de 19 minutos de redução.
Segundo o levantamento, quanto mais ultraprocessado e pobre em nutrientes for o alimento, maior tende a ser o prejuízo acumulado ao longo dos anos. Isso ocorre porque esse tipo de produto contém altos teores de açúcares, gorduras trans, sódio e aditivos químicos, que favorecem inflamações, alterações metabólicas e doenças crônicas.
Alimentos que prolongam a vida

Por outro lado, o estudo também identificou alimentos capazes de aumentar o tempo de vida saudável. Entre eles estão:
- Banana, rica em potássio e fibras, importante para o coração;
- Feijão, fonte de proteínas vegetais e fibras solúveis;
- Peixes de água doce, ricos em ácidos graxos ômega-3.
Esses alimentos fazem parte do padrão alimentar semelhante ao da dieta mediterrânea, considerada uma das mais benéficas para o sistema cardiovascular. Ao serem incluídos regularmente na rotina, ajudam a controlar a pressão arterial, equilibrar o colesterol e regular a glicemia, fatores decisivos para uma vida longa e com qualidade.
O estilo de vida conta
Os autores destacam que a alimentação é apenas um dos pilares da longevidade. Hábitos saudáveis como atividade física regular, sono adequado, controle do estresse e abandono do tabagismo são determinantes para preservar os anos vividos com autonomia e bem-estar.
A pesquisa reforça que o conceito de “minutos ganhos ou perdidos” não deve ser interpretado de forma alarmista, mas como uma ferramenta educativa, que ajuda a visualizar o impacto cumulativo das escolhas alimentares ao longo da vida.

