Novo estudo mostra que café pode ajudar pacientes com arritmia

Café pode reduzir episódios de fibrilação atrial. (Foto: Getty Images via Canva)
Café pode reduzir episódios de fibrilação atrial. (Foto: Getty Images via Canva)

O café, tradicionalmente visto com cautela por pessoas com arritmia cardíaca, pode na verdade oferecer benefícios surpreendentes para quem sofre de fibrilação atrial (FA). Essa condição provoca batimentos irregulares do coração e aumenta o risco de AVC

Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Adelaide e da UCSF sugere que o consumo moderado de café não só é seguro, como pode reduzir a frequência de episódios de FA.

Estudo clínico com resultados inovadores

O ensaio envolveu 200 adultos com fibrilação atrial em países como EUA, Austrália e Canadá. Durante seis meses, metade dos participantes consumiu pelo menos uma xícara de café por dia, enquanto o grupo controle evitou totalmente a cafeína.

Principais achados:

  • Redução significativa de episódios de arritmia em quem consumiu café
  • Proteção de 39% contra eventos relacionados à FA em comparação ao grupo sem café
  • Sem reações adversas sistêmicas, mostrando segurança do consumo

Como o café atua no corpo

Pacientes com arritmia podem consumir café com segurança. (Foto: Pexels via Canva)
Pacientes com arritmia podem consumir café com segurança. (Foto: Pexels via Canva)

Os efeitos positivos do café podem ser atribuídos a múltiplos fatores:

  • Aumento da atividade física, que melhora a saúde cardiovascular
  • Ação diurética da cafeína, que ajuda a reduzir a pressão arterial
  • Propriedades anti-inflamatórias presentes em outros componentes do café

Esses mecanismos podem contribuir para uma menor frequência de arritmias e melhor qualidade de vida para pacientes com FA.

Implicações para pacientes e médicos

Este estudo desafia recomendações antigas que desencorajavam o consumo de café em pacientes com arritmia. Agora, pacientes podem apreciar o café com segurança, e médicos podem reconsiderar orientações sobre dieta e consumo de cafeína.

Além disso, a pesquisa abre espaço para futuros estudos sobre o papel do café como ferramenta preventiva em outras doenças cardíacas.

Embora os resultados sejam promissores, não substituem o acompanhamento médico individual. Pacientes com FA devem sempre discutir mudanças na dieta com seu cardiologista antes de aumentar ou introduzir o consumo de café.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.