A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dará um passo estratégico para o Sistema Único de Saúde (SUS) ao assumir uma fábrica de testes diagnósticos que estava prestes a ser desativada por uma farmacêutica internacional. A unidade, localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, permitirá ampliar a produção de kits diagnósticos e insumos essenciais para detecção rápida de doenças.
A cessão da planta, que pertence à empresa francesa bioMérieux, será válida por dez anos inicialmente. A farmacêutica decidiu transferir a operação à Fiocruz ao redefinir suas atividades no país, garantindo que a unidade continuasse ativa e contribuindo com a saúde pública brasileira. A operação está prevista para iniciar em março de 2026, com foco na fabricação de testes rápidos.
Um novo polo de inovação em diagnóstico
O novo espaço fará parte do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), referência em pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, biofármacos e kits diagnósticos. A planta permitirá realizar todas as etapas de produção, desde o corte inicial dos insumos até a montagem final dos testes, incluindo:
- Controle de qualidade rigoroso
- Testes de estabilidade dos kits
- Produção de painéis para avaliação externa
Com isso, a Fiocruz pretende reduzir o tempo de fabricação e aumentar a autonomia nacional em diagnósticos, fortalecendo a capacidade do Brasil de responder rapidamente a emergências sanitárias, como surtos de doenças infecciosas.
Impacto para o SUS e a população
A expansão não apenas acelera a disponibilidade de kits diagnósticos, mas também garante acesso sustentável e seguro para a população. A Fiocruz reforça seu papel estratégico na inovação tecnológica e na promoção da saúde pública, alinhando produção local com padrões internacionais de qualidade.
A operação da nova fábrica possibilitará ao SUS contar com ferramentas mais rápidas e precisas para detectar doenças, fortalecendo políticas de prevenção e controle epidemiológico. A iniciativa também evidencia a importância da cooperação internacional, já que o acordo com a bioMérieux inclui pesquisa e desenvolvimento conjunto de novas tecnologias em diagnóstico.
Caminho para a independência tecnológica
O reforço na produção nacional de testes representa um avanço significativo para a autonomia tecnológica do Brasil na saúde. Com mais rapidez na entrega de kits e maior capacidade de resposta, o país poderá enfrentar surtos e emergências sanitárias com mais eficiência, sem depender exclusivamente de importações.
A Fiocruz, portanto, não apenas amplia sua infraestrutura, mas também consolida sua função como protagonista na inovação e na proteção da saúde da população brasileira.
