Dengue e chikungunya avançam e atingem mais de 180 cidades catarinenses

Santa Catarina registra mais de 58 mil focos do Aedes aegypti. (Foto: Getty Images via Canva)
Santa Catarina registra mais de 58 mil focos do Aedes aegypti. (Foto: Getty Images via Canva)

Santa Catarina enfrenta uma escalada preocupante na proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Dados recentes da Secretaria de Estado da Saúde mostram que 184 municípios já são considerados infestados, com mais de 58 mil focos identificados em todo o território catarinense. 

O cenário reforça a necessidade de intensificar ações preventivas e de ampliar o engajamento da população para conter o avanço do vetor.

Casos de dengue e chikungunya disparam no estado

Desde o início de 2025, foram registradas mais de 128 mil notificações de dengue, sendo 25 mil consideradas prováveis. Além disso, 21 mortes foram confirmadas e outras seguem sob investigação. 

A situação é agravada pela alta concentração de focos ativos e pelas condições climáticas favoráveis à reprodução do mosquito, como temperaturas elevadas e chuvas frequentes.

O crescimento da chikungunya também preocupa: em poucos meses, o número de casos saltou de 123 para 812 prováveis, um aumento superior a 550% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa doença, transmitida pelo mesmo vetor, pode causar febre intensa, dor nas articulações, fadiga e erupções cutâneas, sendo especialmente perigosa para idosos e pessoas com comorbidades.

Fatores que favorecem a multiplicação do mosquito

Água parada segue como principal foco do mosquito da dengue. (Foto: Getty Images via Canva)
Água parada segue como principal foco do mosquito da dengue. (Foto: Getty Images via Canva)

O avanço do Aedes aegypti está diretamente ligado a comportamentos cotidianos e fatores ambientais. Pequenos descuidos, como deixar água parada em recipientes, calhas ou vasos de plantas, criam condições ideais para a reprodução do mosquito. Em ambientes urbanos, o risco é ainda maior, já que o inseto se adapta facilmente a áreas densamente povoadas e com acúmulo de lixo.

Medidas simples que salvam vidas

Apesar do cenário alarmante, o controle do mosquito é possível. A eliminação dos criadouros continua sendo a ação mais eficaz. Para isso, a população deve adotar medidas semanais, como:

  • Esvaziar e limpar recipientes que acumulam água (baldes, pneus, garrafas, latas);
  • Trocar a água de plantas e animais regularmente;
  • Manter caixas d’água e lixeiras sempre tampadas;
  • Tratar piscinas com cloro ou deixá-las secas quando não estiverem em uso;
  • Colocar areia nos pratinhos das plantas e evitar folhas acumuladas com água.

Essas ações, embora simples, têm impacto direto na redução dos focos e na prevenção de surtos.

Vigilância contínua e responsabilidade coletiva

Controlar o Aedes aegypti exige ação conjunta entre governo e população. A vigilância deve ser constante, principalmente nos meses mais quentes, quando o ciclo de vida do mosquito é acelerado. Cada cidadão tem papel essencial nesse combate, afinal, mais de 80% dos criadouros são encontrados em residências.

Somente com consciência, prevenção e engajamento coletivo será possível conter o avanço das doenças transmitidas pelo mosquito e proteger a saúde pública.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.