Um novo estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) trouxe alívio para gestantes e profissionais de saúde ao reafirmar que não há relação causal entre o uso de paracetamol na gravidez e o desenvolvimento do autismo em crianças. A pesquisa revisou dezenas de análises anteriores, oferecendo um panorama robusto e confiável sobre o tema.
Revisão científica reforça segurança do medicamento
A investigação se baseou em uma meta-análise de larga escala, também conhecida como “estudo guarda-chuva”, que reúne e compara resultados de diversos trabalhos científicos publicados anteriormente. Esse tipo de análise é considerado nível A de evidência, ou seja, apresenta alto grau de consistência e confiabilidade.
Os dados consolidados mostraram que, quando o medicamento é usado de forma adequada e sob orientação médica, não há indícios de aumento no risco de transtorno do espectro autista (TEA) ou de outras alterações neurológicas no bebê. O estudo, portanto, reforça o que muitos especialistas já indicavam: o paracetamol continua sendo uma opção segura para o controle de febre e dor durante a gestação.
Cuidados essenciais no uso de medicamentos na gravidez

Embora os resultados sejam tranquilizadores, os cientistas reforçam a importância de um uso responsável e supervisionado. Mesmo medicamentos considerados seguros devem ser utilizados com orientação do obstetra, especialmente durante as primeiras semanas de gestação, quando ocorre o desenvolvimento inicial do sistema nervoso fetal.
É importante que a gestante:
- Evite a automedicação, especialmente em casos de dor recorrente ou febre persistente;
- Comunique ao médico qualquer uso contínuo de medicamentos;
- Siga as doses recomendadas, respeitando os intervalos entre cada administração;
- Prefira sempre opções simples e seguras, indicadas por profissionais de saúde.
Essas precauções ajudam a garantir que o medicamento cumpra seu papel sem gerar riscos desnecessários à mãe ou ao bebê.
Avanço para a saúde materno-infantil
O estudo publicado pelo BMJ é um marco importante para a ciência obstétrica e pediátrica, pois elimina dúvidas que circulavam há anos entre profissionais e gestantes. Ao confirmar a ausência de relação causal entre o paracetamol e o autismo, a pesquisa traz mais segurança para o manejo clínico da dor e febre durante a gravidez.
Mais do que reforçar a confiança em um medicamento amplamente usado, o trabalho evidencia a importância de basear decisões médicas em evidências científicas sólidas. Assim, o uso consciente e orientado de fármacos segue sendo o caminho mais seguro para uma gestação saudável.

