A primavera brasileira de 2025 está se mostrando bem diferente do esperado. Em vez do calor intenso típico da estação, novas frentes frias estão surgindo e devem manter as temperaturas mais baixas em boa parte do país. O motivo é a formação de três ciclones extratropicais no Atlântico Sul, fenômenos que tendem a modificar o regime de ventos e trazer um arrefecimento temporário do clima, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Embora os ciclones sejam sistemas comuns, a frequência acima da média neste mês chama a atenção de especialistas. Isso indica uma circulação atmosférica mais ativa, capaz de alterar o padrão de calor que vinha predominando desde outubro. Principais pontos sobre o fenômeno:
- Três ciclones extratropicais devem se formar até o fim de novembro;
- As regiões Sul e Sudeste serão as mais afetadas por frentes frias;
- As temperaturas devem cair até o dia 20, com possíveis picos de frio;
- Fenômenos de instabilidade atmosférica podem gerar tempestades localizadas;
- O risco de eventos extremos, como tornados, é baixo, mas não inexistente.
Clima instável marca a transição entre o inverno e o verão
A primavera é uma estação de transição, caracterizada pelo encontro entre o ar frio do inverno e o ar quente e úmido típico do verão. Essa combinação cria as condições ideais para o surgimento de ciclones extratropicais, sistemas meteorológicos de grande escala que se formam, na maioria das vezes, sobre o oceano.

Quando se aproximam do continente, esses sistemas organizam frentes frias e provocam queda de temperatura, ventos fortes e aumento das chuvas. Mesmo que o impacto direto sobre as cidades seja limitado, a variação térmica afeta diretamente a saúde respiratória e o bem-estar da população, especialmente de idosos e pessoas com doenças crônicas.
Fenômenos extremos ganham força com a circulação atmosférica
O aumento da atividade ciclônica também eleva a probabilidade de eventos severos, como tempestades e vendavais. Isso ocorre porque as linhas de instabilidade, formadas a partir das frentes frias, concentram grandes volumes de energia em curtos períodos. Em regiões como o Paraná e Santa Catarina, a sucessão desses fenômenos tem sido responsável por ocorrências localizadas de danos materiais e quedas bruscas de temperatura.
De acordo com climatologistas, esse cenário não representa um evento anômalo, mas sim uma manifestação natural da dinâmica atmosférica. As primaveras recentes no Brasil têm sido cada vez mais quentes, porém a presença de ciclones intensos, como os observados neste mês, interrompe momentaneamente essa tendência.
Frio deve durar até o fim do mês
As previsões indicam que o ar mais frio deve persistir até meados do dia 20 de novembro. Após esse período, o retorno gradual do calor é esperado, embora novas oscilações possam ocorrer. O que se observa é uma primavera marcada por contrastes, com dias frios intercalados por ondas de calor passageiras.Mesmo sem indicativos de tornados nos próximos dias, os meteorologistas alertam para a possibilidade de fenômenos atípicos, como tempestades intensas e rajadas de vento.

