Após semanas oculto pelo brilho solar, o cometa interestelar 3I/ATLAS voltou a ser detectado por telescópios terrestres e trouxe consigo um espetáculo intrigante. As novas imagens revelam uma cauda múltipla e difusa, que se divide em diferentes direções e parece “soltar fumaça”, despertando a curiosidade da comunidade científica e do público.
Embora visível apenas com instrumentos potentes, o reaparecimento do 3I/ATLAS vem chamando atenção por sua estrutura incomum, algo raramente registrado em cometas vindos de fora do Sistema Solar.
Principais destaques das observações recentes:
- Cauda ramificada, com até cinco filamentos distintos;
- Jato solar fino, voltado para o Sol, captado em alta resolução;
- Efeito visual de dispersão gasosa, dando aparência “fumegante”;
- Luminosidade variável, devido à interferência da luz lunar;
- Posição baixa no horizonte, visível antes do amanhecer na constelação de Virgem.
Uma estrutura que desafia expectativas
O 3I/ATLAS foi observado com telescópios de grande abertura, utilizando exposições múltiplas em diferentes filtros de cor. A análise das imagens revela que o cometa possui uma coma luminosa acompanhada por múltiplas caudas, um fenômeno que pode estar relacionado à rotação acelerada e à sublimação de gases voláteis ao se aproximar do Sol.

Essa liberação de partículas pode explicar o aspecto fragmentado, sem que haja necessidade de recorrer a hipóteses artificiais. Em termos astronômicos, trata-se de um comportamento natural em objetos interestelares compostos por gelo, poeira e compostos orgânicos, sujeitos a intensas variações de temperatura e radiação.
O visitante que atravessa o Sistema Solar
O 3I/ATLAS é apenas o terceiro objeto confirmado vindo de fora do Sistema Solar, após o famoso ʻOumuamua e o 2I/Borisov. Diferente dos cometas convencionais, ele segue uma trajetória hiperbólica, o que significa que não retornará após cruzar nossa vizinhança cósmica.
Atualmente, o corpo celeste pode ser encontrado na constelação de Virgem, próximo ao horizonte leste, cerca de uma hora antes do amanhecer. Por estar extremamente fraco e afetado pela luz do dia, é invisível a olho nu, exigindo telescópios médios ou grandes e céus sem poluição luminosa.
Acompanhe o fenômeno em tempo real
Graças a plataformas astronômicas interativas, é possível rastrear o 3I/ATLAS em tempo real, observar sua posição no céu e simular seu deslocamento no Sistema Solar. Ferramentas como The Sky Live, 3Iatlaslive e o simulador Eyes on the Solar System, da NASA, oferecem visualizações detalhadas da órbita e permitem acompanhar sua passagem com dados atualizados diariamente.
Mesmo com o brilho da Lua dificultando as observações diretas, essas plataformas garantem uma experiência imersiva e educativa, aproximando o público da astronomia moderna.
O fenômeno reforça a importância de monitorar visitantes cósmicos como o 3I/ATLAS, que ajudam a compreender a composição e a dinâmica dos corpos que vagam entre as estrelas, revelando fragmentos da história primordial do universo.

