Pesquisa cria tratamento oncológico 20 mil vezes mais eficaz que o atual

Nanotecnologia aumenta a potência da quimioterapia em 20 mil vezes. (Foto: Alemedia.id via Canva)
Nanotecnologia aumenta a potência da quimioterapia em 20 mil vezes. (Foto: Alemedia.id via Canva)

Um novo avanço científico pode marcar uma virada na forma como o câncer é tratado. Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, desenvolveram uma versão de quimioterapia baseada em nanotecnologia, capaz de atacar as células cancerígenas com até 20 mil vezes mais potência que o tratamento tradicional, e o mais importante: sem causar os efeitos colaterais intensos que costumam acompanhar o processo.

A descoberta representa um passo promissor rumo a terapias oncológicas mais eficazes, precisas e menos agressivas ao organismo.

Como a nanotecnologia potencializou o tratamento

Os cientistas partiram de um medicamento já conhecido, o 5-fluorouracilo (5-FU), amplamente utilizado na quimioterapia. Embora eficiente, sua baixa absorção e o alto índice de efeitos adversos limitavam os resultados clínicos.

Para contornar essas barreiras, o fármaco foi reformulado em escala nanométrica, sendo incorporado a minúsculas partículas revestidas com DNA, chamadas ácidos nucleicos esféricos (SNAs).

Essas estruturas atuam como vetores inteligentes, conduzindo o medicamento diretamente às células tumorais, aumentando a absorção e concentrando o efeito onde realmente é necessário.

Resultados impressionantes em testes laboratoriais

Terapia inovadora reduz efeitos colaterais da quimioterapia. (Foto: Photo Library via Canva)
Terapia inovadora reduz efeitos colaterais da quimioterapia. (Foto: Photo Library via Canva)

Os testes iniciais foram realizados em animais com leucemia mieloide aguda, um tipo agressivo de câncer no sangue.

Os resultados mostraram que o novo composto conseguiu penetrar com muito mais facilidade nas células doentes, eliminando tumores com até 20 mil vezes mais eficiência do que a quimioterapia convencional.

Além disso, o tratamento reduziu drasticamente os danos às células saudáveis, evitando sintomas comuns como náuseas, fadiga e queda de imunidade. Isso indica um potencial enorme para aumentar a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.

Próximos passos da pesquisa

Com os resultados positivos, a equipe pretende ampliar os testes em modelos animais antes de avançar para estudos clínicos em humanos. A expectativa é que a técnica não apenas otimize o combate ao câncer, mas também possa ser adaptada para outras doenças complexas, tornando os tratamentos mais direcionados e seguros.

Entre as principais vantagens do método estão:

  • Maior eficiência terapêutica no combate a células tumorais.
  • Redução significativa dos efeitos adversos.
  • Possibilidade de aplicação em outras áreas da medicina.

A nanotecnologia está abrindo caminho para uma nova era de medicina personalizada, em que cada molécula pode ser programada para agir com exatidão milimétrica dentro do corpo.

Se confirmada em estudos clínicos, essa inovação poderá redefinir o futuro da oncologia, tornando os tratamentos mais eficazes, menos tóxicos e mais humanos.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.