HPV está ligado a 5% dos cânceres no mundo, revela estudo

HPV causa 5% dos cânceres no mundo, alerta estudo. (Foto: Alexander's Images via Canva)
HPV causa 5% dos cânceres no mundo, alerta estudo. (Foto: Alexander's Images via Canva)

O papilomavírus humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível extremamente comum, mas subestimada. Pesquisas recentes indicam que o vírus está diretamente associado a 5% de todos os casos de câncer registrados no planeta, um dado que reforça sua relevância na saúde pública global.

Apesar da gravidade, a maioria dos homens desconhece essa conexão. Um levantamento nacional mostrou que mais de 60% deles não sabem que o HPV pode evoluir para câncer, o que dificulta ações de prevenção e diagnóstico precoce.

HPV pode causar vários tipos de tumor

Quando se fala em HPV, é comum associá-lo apenas ao câncer de colo do útero, mas o vírus também pode causar lesões malignas em outras partes do corpo, como pênis, boca, garganta e ânus. Nos homens, os primeiros sinais costumam aparecer como verrugas genitais, mas em muitos casos a infecção é silenciosa.

Estima-se que um a cada cinco homens acima de 15 anos já tenha tido contato com o HPV, mesmo sem apresentar sintomas. Essa característica torna o vírus um transmissor invisível, o que aumenta sua propagação e, consequentemente, o risco de complicações no futuro.

A importância da vacina contra o HPV

Vacinação precoce é essencial contra o HPV. (Foto: Getty Images via Canva)
Vacinação precoce é essencial contra o HPV. (Foto: Getty Images via Canva)

A vacina contra o HPV é uma das ferramentas mais eficazes para impedir a disseminação do vírus e reduzir os casos de câncer relacionados. O imunizante é indicado para meninas e meninos a partir dos nove anos, antes do início da vida sexual, quando a resposta imunológica é mais eficiente.

Além de segura, a vacinação oferece proteção duradoura contra os tipos mais perigosos do vírus, justamente aqueles ligados a tumores malignos. No entanto, a adesão entre os meninos ainda é menor, o que mantém o HPV em circulação. Ampliar o acesso à informação é essencial para mudar esse cenário.

Preservativo ajuda, mas não é suficiente

Embora o uso de camisinha seja indispensável na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, ele não bloqueia completamente o HPV. O vírus pode ser transmitido por simples contato com a pele ou mucosas, inclusive em regiões não cobertas pelo preservativo.

Por isso, a vacinação combinada ao uso do preservativo continua sendo a forma mais segura de evitar a infecção e suas complicações.

Conscientização masculina e prevenção

Durante o Novembro Azul, a atenção normalmente se volta ao câncer de próstata, mas os especialistas reforçam que a saúde masculina vai muito além disso. Falar sobre HPV é também falar de prevenção, autocuidado e quebra de tabus.

Buscar informações, realizar exames e se vacinar são atitudes que salvam vidas e ajudam a reduzir o impacto de um vírus que ainda circula de forma silenciosa, mas com efeitos graves.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.