Nos últimos anos, um novo perfil tem chamado atenção nos ambulatórios de urologia: homens abaixo dos 50 anos. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram que, entre 2020 e 2024, o número de atendimentos por câncer de próstata nessa faixa etária subiu 32% no Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença, tradicionalmente associada ao envelhecimento, começa a aparecer em faixas etárias cada vez mais jovens, impulsionando discussões sobre prevenção e autocuidado masculino.
Mudança de comportamento e acesso ampliado
O aumento não significa, necessariamente, mais diagnósticos da doença em si, mas sim uma maior conscientização sobre a importância dos exames e ampliação da rede de atendimento.
Nos últimos anos, campanhas de saúde pública e ações educativas ajudaram a reduzir o tabu em torno do tema, fazendo com que os homens procurem o urologista com mais frequência.
Essa mudança de mentalidade é vista como um avanço importante, já que o câncer de próstata costuma evoluir de forma silenciosa. Quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de cura, que podem ultrapassar 90% em estágios iniciais.
Tratamento e desafios atuais

Mesmo com o avanço da conscientização, os dados revelam que muitos pacientes ainda chegam ao sistema de saúde com a doença em estágio avançado.
A quimioterapia representa cerca de 85% dos atendimentos, seguida de cirurgias oncológicas e radioterapia. Isso sugere que ainda há um caminho a percorrer na detecção precoce e no rastreamento regular.
Para reduzir esses números, especialistas reforçam que o cuidado deve começar antes dos sintomas, com acompanhamento anual, especialmente após os 40 anos em casos de histórico familiar.
Fatores de risco e prevenção
O câncer de próstata tem causas multifatoriais, envolvendo aspectos genéticos, hormonais e ambientais. Entre os fatores de risco mais conhecidos estão:
- Histórico familiar da doença;
- Sedentarismo e obesidade;
- Tabagismo;
- Alimentação rica em gordura animal e pobre em fibras;
- Exposição a produtos químicos industriais.
Manter hábitos saudáveis, praticar exercícios físicos e realizar check-ups regulares continuam sendo as melhores estratégias de prevenção.
Futuro da saúde masculina
A elevação nos atendimentos pode representar um avanço na consciência sobre saúde preventiva entre os jovens.
Mais do que uma estatística, o dado reflete um movimento de mudança cultural: homens estão aprendendo a cuidar do próprio corpo e a encarar o diagnóstico sem medo ou preconceito.
O desafio agora é transformar essa atenção em rotina, garantindo que a prevenção seja um hábito, não uma exceção.

