A ansiedade é um dos transtornos emocionais mais comuns e debilitantes da atualidade, afetando milhões de pessoas globalmente. Recentes avanços em neurociência oferecem pistas promissoras sobre como controlar a atividade de neurônios da amígdala para reduzir sintomas emocionais, abrindo caminhos para terapias mais eficazes e direcionadas.
Neurônios da amígdala no controle da ansiedade
Pesquisadores da Universidade Miguel Hernández de Elche identificaram um grupo específico de neurônios de disparo regular na parte centrolateral da amígdala. Esses neurônios são sensíveis à expressão do gene Grik4, que regula receptores de glutamato, neurotransmissor crucial para a comunicação entre células cerebrais.
Quando hiperativos, esses neurônios aumentam a ansiedade e desencadeiam comportamentos depressivos e isolamento social. Controlar sua atividade demonstrou ser suficiente para reverter os sintomas, pelo menos em modelos animais.
Como a pesquisa foi conduzida

O estudo utilizou camundongos para mapear o efeito da hiperatividade dos neurônios da amígdala. A equipe ajustou a expressão do gene Grik4 em apenas uma região específica, restaurando a função normal das células.
- Apenas os neurônios alvo foram normalizados
- Outros tipos de células permaneciam disfuncionais, indicando precisão do efeito
- Comportamentos ansiosos e depressivos dos animais foram revertidos
Esse método destaca a possibilidade de terapias altamente específicas com menos efeitos colaterais.
Impactos para saúde mental humana
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera os índices de ansiedade mundialmente, com aumento durante e após a pandemia da Covid-19. A ansiedade afeta adultos e crianças, podendo gerar crises intensas caracterizadas por:
- Taquicardia e palpitações
- Falta de ar e sensação de sufocamento
- Formigamento e tremores
- Náuseas e dores no peito
- Angústia e insegurança intensa
O estudo reforça que pequenas alterações em circuitos cerebrais emocionais podem desencadear transtornos, abrindo espaço para intervenções direcionadas em neurônios específicos da amígdala.
Possibilidades de terapias futuras
Com base nos resultados, futuras terapias podem focar diretamente nesses neurônios para tratar ansiedade e depressão. Essa abordagem seria:
- Mais precisa
- Menos invasiva
- Com menor risco de efeitos colaterais
- Adaptável a diferentes perfis de pacientes
Embora os experimentos tenham sido conduzidos em animais, a estrutura e função da amígdala são similares em humanos, sugerindo potencial aplicabilidade clínica.
A descoberta representa um avanço significativo na neurociência emocional, mostrando como o ajuste fino da atividade de células cerebrais específicas pode alterar profundamente o comportamento. Este estudo fornece um novo modelo para desenvolver tratamentos inovadores contra ansiedade, oferecendo esperança para milhões de pessoas que sofrem com crises e sintomas crônicos.

