3I/ATLAS surpreende astrônomos com cores e brilho incomum no espaço

Cometa 3I/Atlas muda cores e brilho surpreende cientistas (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)
Cometa 3I/Atlas muda cores e brilho surpreende cientistas (Imagem: Gerada por IA/ Gemini)

O cometa 3I/Atlas, detectado em junho, vem chamando atenção por suas mudanças de cor e luminosidade. Observações recentes identificaram três tons distintos emitidos pelo corpo celeste: vermelho, verde e azul, cada um associado a diferentes fenômenos químicos e físicos em sua coma, a nuvem de gás e poeira ao redor do cometa.

Além da variação cromática, o aumento de brilho do 3I/Atlas é surpreendente. Em seu ponto mais próximo do Sol, a luminosidade do cometa se tornou duas vezes maior que o esperado, indicando possíveis alterações na superfície ou composição do objeto.

Principais características observadas:

  • Inicialmente, luz vermelha, possivelmente causada por grande quantidade de poeira;
  • Mudança para tom verde, associada à presença de dicarbono e cianeto na coma;
  • Aparição do azul, provavelmente resultado de cianogênio e amônia;
  • Luminosidade elevada, destacando comportamento incomum próximo ao Sol;
  • Próxima aproximação da Terra em 19 de dezembro, com estudo potencial por sondas da ESA.

Fenômenos químicos por trás das cores

Vermelho, verde e azul: 3I/Atlas exibe cores incomuns no espaço (Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Image Processing: Joseph DePasquale (STScI))
Vermelho, verde e azul: 3I/Atlas exibe cores incomuns no espaço (Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Image Processing: Joseph DePasquale (STScI))

A variação de cores do 3I/Atlas está intimamente ligada à composição química da coma. Durante a fase vermelha, a luz refletida indicava poeira abundante liberada da superfície do cometa. Posteriormente, a cor verde surgiu devido à presença de moléculas de dicarbono ou cianeto, comuns em cometas, que fluorescem quando iluminadas pelo Sol.

O último tom observado, azul, foi detectado por instrumentos que monitoram a radiação solar. Este fenômeno pode estar relacionado à emissão de cianogênio e amônia, moléculas que também contribuem para a intensidade luminosa do objeto. Essas mudanças tornam o 3I/Atlas um cometa extraordinariamente dinâmico e raro.

A luminosidade incomum do 3I/Atlas

Como ocorre com a maioria dos cometas, o 3I/Atlas apresenta brilho crescente ao se aproximar do Sol. No entanto, o aumento registrado neste caso foi muito acima do esperado, o que sugere que fenômenos ainda não totalmente compreendidos estão ocorrendo na superfície do cometa. A observação direta da Terra foi limitada devido à proximidade solar, mas os cientistas esperam estudar o corpo celeste com maior detalhamento nas próximas semanas.

Próximos passos na exploração do cometa

Estima-se que o 3I/Atlas se aproxime da Terra em 19 de dezembro, oferecendo uma oportunidade única de observação. A Agência Espacial Europeia (ESA) planeja enviar duas sondas para sobrevoar a cauda do cometa, buscando coletar dados mais precisos sobre sua composição e comportamento. Esse estudo poderá esclarecer fenômenos de luminosidade e química ainda desconhecidos em cometas interestelares.

O cometa 3I/Atlas continua sendo um objeto de grande interesse astronômico, combinando cores surpreendentes, brilho intenso e trajetórias incomuns, e promete fornecer informações valiosas sobre a composição de corpos celestes vindos de fora do Sistema Solar.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.