O envelhecimento é frequentemente associado à perda de memória e ao declínio cognitivo. No entanto, um grupo raro de pessoas acima de 80 anos, chamado de SuperAgers, desafia essa lógica, mantendo habilidades mentais semelhantes às de indivíduos com metade da idade.
Estudos recentes revelam que esse fenômeno não é apenas sorte, mas resultado de uma combinação de fatores biológicos e comportamentais que protegem o cérebro.
Como os SuperAgers preservam a memória
Pesquisas conduzidas ao longo de 25 anos pela Northwestern University analisaram quase 300 SuperAgers. Em exames detalhados do cérebro, os cientistas encontraram diferenças significativas em comparação com idosos comuns:
- O córtex, área crucial para processos cognitivos e memorização, encontrava-se notavelmente preservado em comparação com a média etária.
 - A região do córtex cingulado anterior, envolvida em emoções e tomada de decisões, era mais espessa.
 - Havia maior presença de neurônios von Economo, associados à empatia e comportamento social.
 - Neurônios entorrinais, essenciais para a memória de longo prazo, mostraram tamanho e funcionalidade acima da média.
 
Essas descobertas indicam dois mecanismos principais:
- Resistência: o cérebro quase não acumula proteínas tóxicas, como beta-amiloide e tau.
 - Resiliência: mesmo com a presença dessas proteínas, os neurônios conseguem manter suas funções normais.
 
O papel do estilo de vida

Além das diferenças cerebrais, hábitos cotidianos contribuem para a longevidade mental. SuperAgers tendem a ser mais sociáveis, manter atividades intelectuais constantes e preservar relações sociais fortes. Essas práticas estimulam conexões neurais e fortalecem o cérebro ao longo do tempo.
- Participação em grupos e atividades sociais
 - Leitura, jogos de memória e desafios cognitivos
 - Rotina ativa e engajamento em novas experiências
 
Lições para envelhecer com a mente afiada
Os SuperAgers mostram que manter a memória em alta na terceira idade é possível. Os insights obtidos podem orientar novas estratégias para prevenir o Alzheimer e outras formas de demência. Ao combinar fatores biológicos favoráveis com hábitos saudáveis, é possível prolongar a vitalidade mental e reduzir os efeitos do envelhecimento no cérebro.

