Após semanas escondido atrás do Sol, o cometa 3I/ATLAS, um objeto vindo de fora do Sistema Solar, começa a reaparecer nos céus, despertando atenção de astrônomos e entusiastas. Classificado como o terceiro cometa interestelar registrado, ele passou recentemente pelo ponto mais próximo do Sol, chamado periélio, ganhando brilho suficiente para voltar a ser observado por telescópios na Terra.
Embora o cometa tenha se tornado temporariamente invisível devido à sua proximidade solar, sua posição no céu começa a permitir que observadores preparados detectem sua presença, principalmente em horários antes do amanhecer.
Principais informações sobre o cometa 3I/ATLAS:
- Local de melhor visualização: hemisfério norte, mas possível observar em latitudes próximas ao equador;
- Brilho máximo: 11,5 de magnitude, insuficiente para observação a olho nu;
- Instrumentos recomendados: telescópios de médio porte (≥ 20 cm de abertura);
- Melhores datas de observação no Brasil: primeiras semanas de dezembro.
Quando e como observar o 3I/ATLAS no Brasil

O cometa estará visível em horários específicos, próximos ao amanhecer, na direção leste. A proximidade com o Sol exige céu limpo e horizonte livre, tornando a observação delicada. Para melhorar as chances, é essencial o uso de mapas estelares ou aplicativos de astronomia, que ajudam a localizar sua posição exata e acompanhar seu movimento.
Mesmo com telescópios amadores de boa qualidade, a observação é desafiadora. Com brilho relativamente fraco, o 3I/ATLAS pode se confundir com estrelas de luminosidade semelhante. Além disso, a grande distância da Terra (cerca de 270 milhões de quilômetros no momento da máxima aproximação) e a exposição limitada ao calor solar contribuem para que sua passagem seja discreta.
O valor científico do cometa interestelar
Apesar de não ser visível a olho nu, o cometa é alvo de uma campanha global de observação, promovida pela International Asteroid Warning Network (IAWN), que vai coletar dados entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026.
O estudo envolve:
- Monitoramento da trajetória para entender sua dinâmica orbital;
- Análise da composição do núcleo, da nuvem difusa e da cauda;
- Coleta coordenada de dados de telescópios ao redor do mundo para máxima precisão.
Essas observações ajudam não apenas na compreensão de objetos interestelares, mas também no desenvolvimento de técnicas que poderiam proteger a Terra de futuros cometas em rota de colisão.

