A Anvisa determinou a proibição imediata de dois componentes usados em produtos de esmaltação em gel por apresentarem potencial risco de câncer e infertilidade. A medida, aprovada no fim de outubro de 2025, é uma ação preventiva voltada à proteção de consumidores e profissionais da beleza expostos a essas substâncias diariamente.
As substâncias vetadas e seus riscos
Os compostos suspensos são o TPO (óxido de difenil fosfina) e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina), também conhecido como dimetiltolilamina (DMTA). Ambos funcionam como agentes de endurecimento, permitindo que os esmaltes e géis solidifiquem sob luz ultravioleta (UV) ou LED, um procedimento comum em salões de manicure.
Contudo, pesquisas internacionais apontaram que o DMPT pode causar mutações celulares relacionadas ao desenvolvimento de tumores, enquanto o TPO interfere em processos hormonais, podendo impactar a fertilidade e o sistema reprodutor.
Essas conclusões levaram a União Europeia a vetar o uso desses compostos, e agora o Brasil adota o mesmo padrão de segurança, impedindo que produtos com formulações perigosas continuem disponíveis no mercado nacional.
O que muda para o setor de beleza

A resolução da Anvisa proíbe a fabricação, importação e comercialização de cosméticos que contenham as duas substâncias. As empresas terão 90 dias para encerrar as vendas e recolher os produtos que ainda estão circulando.
A decisão impacta não apenas quem usa os esmaltes em casa, mas também quem trabalha com unhas em gel, pois o contato constante com os produtos químicos representa risco maior de acúmulo de substâncias tóxicas no organismo.
Os principais objetivos da medida incluem:
- Reduzir a exposição química de profissionais da beleza;
- Evitar doenças graves causadas por contato contínuo com substâncias nocivas;
- Alinhar o Brasil a normas internacionais de segurança cosmética;
- Incentivar alternativas mais seguras e sustentáveis na indústria estética.
Luz ultravioleta também exige cuidado
Além dos ingredientes químicos, outro ponto de atenção é a exposição repetida à luz UV usada no processo de secagem. A radiação ultravioleta pode gerar danos cumulativos às células da pele, aumentando o risco de envelhecimento precoce e mutações genéticas.
Por isso, é recomendável o uso de protetor solar nas mãos ou luvas com proteção UV durante o procedimento, especialmente para quem realiza a técnica com frequência.
Um avanço para a segurança em cosméticos
A nova proibição marca um passo importante rumo a uma cosmetologia mais segura, priorizando a saúde da população sem comprometer a inovação no setor de beleza. A medida reforça o papel da Anvisa em atuar preventivamente, garantindo que produtos disponíveis no mercado não ofereçam riscos evitáveis à saúde humana.
O episódio serve de alerta para o uso consciente de cosméticos e destaca a importância de verificar a composição dos produtos aplicados na pele e nas unhas, afinal, cuidar da beleza também é cuidar da saúde.

