Apesar da queda significativa de casos desde o surto de 2015-2016, o zika vírus ainda circula de forma discreta pelo Aedes aegypti. Grande parte das infecções apresenta sintomas leves ou é assintomática, o que leva muitos pacientes a não buscar atendimento médico. Como resultado, muitos casos não são notificados, criando uma falsa sensação de tranquilidade no cenário epidemiológico.
A subnotificação representa um problema crítico, pois impede que autoridades de saúde tenham dados precisos para orientar políticas públicas e prever possíveis surtos futuros.
Riscos para gestantes e recém-nascidos
Mesmo em situações de baixa incidência, o zika vírus continua sendo uma ameaça para gestantes. Em cerca de um terço das infecções durante a gravidez, os bebês podem desenvolver microcefalia, uma malformação cerebral grave que aumenta significativamente a mortalidade infantil.
Além disso, o vírus pode causar complicações neurológicas em adultos, como a síndrome de Guillain-Barré, reforçando a importância de vigilância contínua, mesmo quando os casos aparentam ser poucos.
Obstáculos no desenvolvimento da vacina

Até o momento, não existe uma vacina aprovada contra o zika vírus. Entre os desafios estão:
- Testes em gestantes, público-alvo, mas de alto risco;
- Ensaios clínicos com placebo, que levantam questões éticas;
- Baixa incidência de casos, tornando estudos amplos financeiramente inviáveis;
- Falta de investimento internacional, já que o vírus não é prioridade fora do Brasil.
Portanto, a prevenção continua sendo baseada em medidas individuais e coletivas, enquanto a pesquisa nacional busca soluções mais seguras.
Como se proteger do zika vírus
Enquanto não há imunização, a proteção depende de ações diárias:
- Uso contínuo de repelentes e roupas que cubram braços e pernas;
- Eliminação de criadouros do Aedes aegypti em residências e comunidades;
- Atenção a sinais de infecção e notificação imediata às autoridades de saúde;
- Acompanhamento médico rigoroso de gestantes e bebês nascidos de mães infectadas.
Essas medidas ajudam a reduzir o risco de infecções e a prevenir complicações graves, principalmente para os grupos mais vulneráveis.
A experiência com o zika vírus evidencia a necessidade de pesquisa nacional, capacitação de profissionais e políticas de saúde preventiva. Embora o número de casos notificados seja baixo, o vírus continua circulando e a aparente tranquilidade pode ser enganosa, exigindo atenção constante.

