A temporada de incêndios florestais de 2024–25 mostrou que esses fenômenos naturais se tornaram cada vez mais extremos e imprevisíveis, impulsionados pelas mudanças climáticas e alterações no uso da terra. Segundo o relatório anual sobre o Estado dos Incêndios Florestais, publicado na Earth System Science Data, aproximadamente 3,7 milhões de quilômetros quadrados foram devastados globalmente, afetando 100 milhões de pessoas e colocando em risco cerca de US$ 215 bilhões em infraestrutura.
O estudo evidencia que a frequência, intensidade e extensão dos incêndios estão diretamente ligadas ao aquecimento global e à alteração dos ecossistemas.
Principais destaques do relatório:
- Incêndios na região do Pantanal-Chiquitano ficaram 35 vezes maiores devido às mudanças climáticas;
- Queimadas no sul da Califórnia foram duas vezes mais prováveis e 25 vezes maiores em área queimada em comparação a cenários sem aquecimento global;
- Grandes emissões de CO₂ em países como Canadá, Bolívia e outros estados sul-americanos aceleram ainda mais o aquecimento global.
O papel do clima e da vegetação

O relatório também revela que condições climáticas extremas, combinadas com vegetação abundante e seca, criam um cenário perfeito para incêndios de grande magnitude.
- Crescimento intenso de vegetação durante períodos úmidos fornece combustível extra;
- Secas prolongadas e ondas de calor intensificam a propagação do fogo;
- Florestas tropicais, como na Amazônia e Congo, tornam-se altamente vulneráveis devido à combinação de secura e densidade vegetal.
Essa interação entre clima extremo e combustível natural faz com que os incêndios evoluam rapidamente, tornando o controle mais difícil e aumentando perdas humanas e econômicas.
Impactos globais e desafios futuros
Além dos efeitos imediatos, os incêndios florestais contribuem para um ciclo perigoso de retroalimentação climática:
- Liberação de bilhões de toneladas de CO₂ acelera o aquecimento global;
- As emissões contínuas afetam qualidade do ar, saúde humana e biodiversidade;
- A necessidade de previsão avançada e estratégias de mitigação é urgente para reduzir riscos futuros.
O relatório enfatiza que as mudanças climáticas não apenas aumentam o risco de incêndios extremos, mas também transformam o próprio ecossistema, criando uma nova realidade de desastres globais que exigem ação imediata e contínua.

