Recentemente, moradores de Santa Vitória, no Triângulo Mineiro, foram vítimas de intoxicação ao consumirem a planta Nicotiana glauca, popularmente chamada de “falsa couve”, “charuteira” ou “couve-do-mato”. Casos semelhantes ocorreram em Patrocínio, no Alto Paranaíba, resultando em hospitalizações e até óbito.
O episódio evidencia a importância de reconhecer plantas potencialmente perigosas antes de consumi-las, especialmente quando há semelhança com alimentos familiares.
O que torna a Nicotiana glauca tão perigosa
A Nicotiana glauca pertence à família das Solanáceas, mesma de tomates, batatas, pimentas e tabaco. Apesar de se assemelhar à couve, a planta é altamente tóxica, contendo dois alcaloides potentes:
- Anabasina: cerca de cinco vezes mais tóxica que a nicotina; pode causar paralisia, insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória.
- Nicotina: afeta o sistema nervoso central e periférico, provocando náuseas, tontura, vômitos e, em doses elevadas, convulsões e falência respiratória.
A presença simultânea desses compostos aumenta significativamente os risco de intoxicação grave.
Sintomas e efeitos da ingestão
O consumo da falsa couve desencadeia sinais típicos de intoxicação por alcaloides, que surgem rapidamente:
- Fraqueza intensa e dormência nos membros
- Náuseas e vômitos
- Dificuldade respiratória
- Visão turva ou embaçada
- Parada cardiorrespiratória em casos graves
É crucial buscar atenção médica imediata ao identificar qualquer suspeita de ingestão.
Como diferenciar da couve verdadeira

Para evitar acidentes, é importante observar características que distinguem a Nicotiana glauca:
- Folhas: mais finas, alongadas e de tom verde pálido; couve comum é larga e verde-escura.
- Caule: lenhoso e rígido, diferente do caule flexível da couve.
- Flores: tubulares e amarelas, ausentes na couve tradicional.
O reconhecimento dessas diferenças é fundamental para prevenir intoxicações acidentais.
Medidas preventivas essenciais
A prevenção é a estratégia mais eficaz contra intoxicações por plantas:
- Remover a planta de quintais e hortas quando identificada.
- Não consumir folhas desconhecidas.
- Orientar crianças e familiares sobre os riscos de plantas tóxicas.
Essas ações simples podem salvar vidas e evitar complicações graves.