Hobbies criativos podem deixar seu cérebro mais jovem e ativo, diz pesquisa

Criatividade diária protege a mente em qualquer idade. (Foto: Pixelshot via Canva)
Criatividade diária protege a mente em qualquer idade. (Foto: Pixelshot via Canva)

Manter a mente ativa vai muito além de exercícios de memória: atividades criativas podem ser grandes aliadas no envelhecimento saudável do cérebro. Um estudo internacional, publicado na revista Nature Communications, revelou que pessoas que praticam hobbies como dança, música, pintura, canto ou videogames estratégicos têm cérebros mais jovens e eficientes do que aqueles que não cultivam essas atividades.

Ao contrário do que muitos imaginam, não se trata de “rejuvenescer” o cérebro, mas de retardar seu envelhecimento natural, preservando conexões neurais e mantendo a capacidade de aprender e criar por mais tempo.

Como a pesquisa comprovou os benefícios

Tocar instrumentos estimula conexões neurais importantes. (Foto: Getty Images via Canva)
Tocar instrumentos estimula conexões neurais importantes. (Foto: Getty Images via Canva)

Pesquisadores analisaram mais de 1.400 participantes de 13 países usando modelos de brain clocks, que comparam a idade cronológica e biológica do cérebro. Os resultados destacaram três grupos:

  • Praticantes regulares de atividades criativas: apresentaram cérebros mais jovens e maior flexibilidade cognitiva.
  • Iniciantes recentes: já mostraram melhorias após algumas semanas, confirmando que os benefícios surgem rapidamente.
  • Não praticantes: seguiram o padrão esperado de envelhecimento, sem ganhos adicionais.

Entre todos os participantes, dançarinos de tango se destacaram, com cérebros que pareciam até sete anos mais jovens, evidenciando que atividades que combinam movimento, ritmo e improvisação são especialmente poderosas.

Nunca é tarde para começar

Mesmo iniciando após os 50 ou 60 anos, é possível obter ganhos significativos para a mente. Hobbies criativos promovem:

  • Formação de novas conexões neurais.
  • Reativação de habilidades cognitivas antigas.
  • Manutenção da neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar e aprender continuamente.

Isso mostra que a criatividade não tem idade e pode ser incorporada a qualquer fase da vida para estimular o cérebro de forma eficaz.

Pequenos hábitos, grande impacto

Incorporar práticas criativas na rotina não exige talento artístico nem grandes investimentos de tempo. Algumas sugestões incluem:

  • Cantar ou participar de um coral.
  • Cozinhar experimentando novas receitas e técnicas.
  • Pintar, desenhar ou fazer artesanato.
  • Dançar, mesmo que apenas alguns minutos por dia.
  • Jogos de estratégia e coordenação, como certos videogames.

O essencial é escolher atividades que despertem curiosidade e prazer, garantindo que o cérebro seja desafiado de forma constante e divertida.

Criatividade como prevenção e política de saúde

O estudo reforça a importância de valorizar a criatividade como fator de saúde, não apenas lazer. Assim como a alimentação equilibrada e a atividade física, hobbies artísticos fortalecem a cognição e podem se tornar aliados na prevenção do declínio cerebral.

No futuro, é possível que atividades criativas sejam prescritas como parte de estratégias de prevenção, transformando a forma como cuidamos do cérebro ao longo da vida.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

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