Infância difícil deixa marcas duradouras no comportamento dos cães

Infância segura forma cães equilibrados e dóceis. (Foto: Getty Images / Canva Pro)
Infância segura forma cães equilibrados e dóceis. (Foto: Getty Images / Canva Pro)

Os primeiros meses de vida são determinantes para o equilíbrio emocional de um cão. Um estudo publicado na revista Scientific Reports analisou mais de 4.000 cães de 211 raças diferentes e revelou uma relação direta entre traumas precoces e comportamentos agressivos ou medrosos na fase adulta. Abandono, maus-tratos e separação precoce da mãe foram alguns dos fatores associados a esse impacto duradouro.

Durante a pesquisa, tutores responderam a questionários sobre o histórico de vida e o comportamento atual de seus animais. As informações foram cruzadas com testes de avaliação emocional, o que permitiu identificar um padrão consistente: quanto mais adversidades o filhote enfrenta até os seis meses de idade, maior o risco de desenvolver reações agressivas no futuro.

Natureza e ambiente agem juntos

Traumas precoces aumentam a agressividade canina. (Foto: Getty Images / Canva Pro)
Traumas precoces aumentam a agressividade canina. (Foto: Getty Images / Canva Pro)

Os cientistas também observaram que a genética interage com o ambiente. Isso significa que, embora as experiências negativas influenciem o comportamento, a predisposição de cada raça pode amplificar ou suavizar esses efeitos.

  • Raças como Husky Siberiano e Cão Esquimó Americano mostraram-se mais sensíveis aos traumas.
  • Golden Retrievers e Labradores apresentaram maior resiliência, mantendo estabilidade emocional mesmo após situações adversas.

Essas diferenças indicam que o comportamento canino resulta de uma combinação entre herança genética e vivências individuais, reforçando a importância da criação responsável desde cedo.

Prevenção começa nos primeiros meses

Garantir um ambiente seguro, socialização adequada e cuidados constantes nos primeiros seis meses pode fazer toda a diferença no futuro emocional do animal. A pesquisa reforça que a infância canina é um período crítico, comparável ao desenvolvimento emocional humano.

Práticas que ajudam na prevenção incluem:

  • Evitar separação precoce da mãe e dos irmãos;
  • Fornecer estímulos positivos e contato social equilibrado;
  • Proporcionar alimentação, sono e segurança adequados.

Ao adotar essas medidas, tutores contribuem para o bem-estar do animal e reduzem o risco de comportamentos agressivos, promovendo relações mais seguras e harmoniosas entre cães e humanos.

Rafaela Lucena é farmacêutica, formada pela UNIG, e divulgadora científica. Com foco em saúde e bem-estar, trabalha para levar informação confiável e acessível ao público de forma clara e responsável.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *