Temperaturas atingem 41,8 °C no Japão em verão histórico

Calor extremo em 2025 alerta para impactos do aquecimento global (Crédito: f1.8studio/ Canva Pro)
Calor extremo em 2025 alerta para impactos do aquecimento global (Crédito: f1.8studio/ Canva Pro)

O Japão registrou em 2025 o verão mais quente dos últimos 127 anos, com temperaturas médias 2,36°C acima do padrão histórico. A cidade de Isesaki marcou 41,8 °C, enquanto 123 estações meteorológicas registraram novos recordes. Mesmo com a chegada do outono, o calor persiste em cidades como Kagoshima, com 35 °C, cenário que evidencia a intensidade e a duração das ondas de calor recentes.

Entre os principais destaques do fenômeno:

  • 30 ocorrências de temperaturas acima de 40 °C no verão de 2025;
  • Recordes superados por três anos consecutivos, indicando tendência de aquecimento;
  • Impactos em agricultura, pesca e saúde pública, incluindo hospitalizações por insolação.

Fatores que intensificaram o calor extremo

O aumento das temperaturas está ligado a aquecimento global e oceanos mais quentes, tanto no Pacífico quanto no Mar do Japão. A combinação de alta pressão prolongada e deslocamento da corrente de jato subtropical contribuiu para um cenário extremo. Essa “tempestade perfeita” explica o calor persistente e os recordes sucessivos.

Japão enfrenta verão histórico com temperaturas acima de 41°C (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)
Japão enfrenta verão histórico com temperaturas acima de 41°C (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)

O calor extremo tem impactos diretos:

  • Agricultura: queda na produção de arroz devido à temperatura elevada e falta de água;
  • Pesca: migração de espécies tradicionais para águas mais frias;
  • Saúde pública: mais de 100 mil hospitalizações por insolação, principalmente entre idosos;
  • Fenômenos climáticos: tufões mais poderosos e duradouros devido à água oceânica quente.

Mudança nas estações japonesas

Pesquisas indicam que os verões ficaram até três semanas mais longos nas últimas décadas, enquanto primavera e outono estão encurtando. Esse fenômeno sugere que o Japão poderá se tornar uma “nação de duas estações”, com verões prolongados e invernos relativamente estáveis, se medidas de contenção do aquecimento global não forem implementadas.

O cenário de 2025 serve como alerta para a necessidade de políticas climáticas e adaptação urbana e agrícola. Monitoramento contínuo e estratégias de mitigação são essenciais para reduzir os impactos do calor extremo e proteger populações vulneráveis.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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