Telescópio retangular oferece solução inédita para localizar exoplanetas com oxigênio

Telescópio retangular amplia chances de encontrar exoplanetas habitáveis (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)
Telescópio retangular amplia chances de encontrar exoplanetas habitáveis (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)

A busca por exoplanetas habitáveis, planetas fora do Sistema Solar com condições que possam suportar vida, é um dos grandes desafios da astronomia moderna. Pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer e da NASA desenvolveram um conceito inovador: um telescópio de espelho retangular que promete superar limitações técnicas dos telescópios tradicionais. Esse design pode ser crucial para identificar planetas com oxigênio em suas atmosferas, um indicador potencial de vida.

O modelo retangular soluciona um problema histórico na detecção de exoplanetas: diferenciar um planeta do tamanho da Terra de uma estrela semelhante ao Sol a 30 anos-luz exigiria um espelho circular de 20 metros, fora do alcance tecnológico atual. Em contraste, o telescópio retangular proposto possui 20 metros de comprimento e apenas 1 metro de largura, podendo ser girado para capturar múltiplas imagens da mesma estrela em diferentes orientações.

  • Design compacto que permite lançamento com foguetes atuais, como Falcon Heavy;
  • Gira o espelho 90 graus para cobrir diferentes posições ao redor da estrela;
  • Alta resolução ao longo do eixo longo do espelho;
  • Capacidade de detectar exoplanetas mesmo em posições desafiadoras;
  • Permite medir bioassinaturas como oxigênio e ozônio em atmosferas.

Como o design retangular funciona

Design inovador ajuda a detectar oxigênio em planetas fora do Sistema Solar (Crédito: Pixabay/ Canva Pro)
Design inovador ajuda a detectar oxigênio em planetas fora do Sistema Solar (Crédito: Pixabay/ Canva Pro)

O telescópio captura duas imagens de cada sistema estelar alvo: uma com a orientação padrão e outra com o espelho girado 90 graus. Essa abordagem garante que planetas possam ser detectados independentemente da posição em torno da estrela hospedeira, superando limitações de resolução de espelhos circulares convencionais.

Estima-se que uma missão de um ano utilizando este telescópio poderia identificar cerca de 11 exoplanetas habitáveis e medir a presença de ozônio em suas atmosferas. Um projeto mais longo, de 3,5 anos, poderia ampliar a descoberta para outros 27 mundos potencialmente habitáveis. Isso permitiria mapear os sistemas estelares mais promissores para busca de vida.

Impacto na exploração espacial

O conceito de telescópio retangular não apenas aumenta a precisão das observações, mas também oferece uma rota viável para missões futuras, graças ao tamanho compacto que possibilita lançamento com tecnologia disponível. Este avanço pode acelerar a identificação de planetas com condições para vida, abrindo portas para estudos detalhados e, futuramente, até exploração direta.

Essa inovação representa um marco na astronomia, conectando engenharia avançada com o objetivo de localizar exoplanetas com bioassinaturas e aproximando a humanidade da descoberta de mundos similares à Terra.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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