A busca por exoplanetas habitáveis, planetas fora do Sistema Solar com condições que possam suportar vida, é um dos grandes desafios da astronomia moderna. Pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer e da NASA desenvolveram um conceito inovador: um telescópio de espelho retangular que promete superar limitações técnicas dos telescópios tradicionais. Esse design pode ser crucial para identificar planetas com oxigênio em suas atmosferas, um indicador potencial de vida.
O modelo retangular soluciona um problema histórico na detecção de exoplanetas: diferenciar um planeta do tamanho da Terra de uma estrela semelhante ao Sol a 30 anos-luz exigiria um espelho circular de 20 metros, fora do alcance tecnológico atual. Em contraste, o telescópio retangular proposto possui 20 metros de comprimento e apenas 1 metro de largura, podendo ser girado para capturar múltiplas imagens da mesma estrela em diferentes orientações.
- Design compacto que permite lançamento com foguetes atuais, como Falcon Heavy;
- Gira o espelho 90 graus para cobrir diferentes posições ao redor da estrela;
- Alta resolução ao longo do eixo longo do espelho;
- Capacidade de detectar exoplanetas mesmo em posições desafiadoras;
- Permite medir bioassinaturas como oxigênio e ozônio em atmosferas.
Como o design retangular funciona

O telescópio captura duas imagens de cada sistema estelar alvo: uma com a orientação padrão e outra com o espelho girado 90 graus. Essa abordagem garante que planetas possam ser detectados independentemente da posição em torno da estrela hospedeira, superando limitações de resolução de espelhos circulares convencionais.
Estima-se que uma missão de um ano utilizando este telescópio poderia identificar cerca de 11 exoplanetas habitáveis e medir a presença de ozônio em suas atmosferas. Um projeto mais longo, de 3,5 anos, poderia ampliar a descoberta para outros 27 mundos potencialmente habitáveis. Isso permitiria mapear os sistemas estelares mais promissores para busca de vida.
Impacto na exploração espacial
O conceito de telescópio retangular não apenas aumenta a precisão das observações, mas também oferece uma rota viável para missões futuras, graças ao tamanho compacto que possibilita lançamento com tecnologia disponível. Este avanço pode acelerar a identificação de planetas com condições para vida, abrindo portas para estudos detalhados e, futuramente, até exploração direta.
Essa inovação representa um marco na astronomia, conectando engenharia avançada com o objetivo de localizar exoplanetas com bioassinaturas e aproximando a humanidade da descoberta de mundos similares à Terra.