Sinais de rádio galácticos levantam hipóteses sobre sociedades extraterrestres

Radiogaláxias brilhantes podem esconder transmissões coletivas de possíveis civilizações avançadas. (Crédito da imagem: Photo Cluster/ Canva Pro)
Radiogaláxias brilhantes podem esconder transmissões coletivas de possíveis civilizações avançadas. (Crédito da imagem: Photo Cluster/ Canva Pro)

A busca por inteligência extraterrestre (SETI) tem avançado consideravelmente desde os primeiros experimentos com radiotelescópios na década de 1960. Projetos modernos, como o Breakthrough Listen, ampliaram a profundidade e o alcance das observações, analisando bilhões de frequências em diferentes regiões do céu. 

Uma das linhas mais recentes de investigação propõe que galáxias intensamente luminosas em rádio poderiam esconder não apenas sinais naturais, mas também potenciais assinaturas tecnológicas coletivas de civilizações avançadas.

Principais pontos levantados pelos estudos recentes:

  • Galáxias de rádio podem ser candidatas para buscar sinais artificiais;
  • Tecnossinaturas coletivas poderiam surgir de múltiplas civilizações emitindo ao mesmo tempo;
  • Modelos teóricos permitem estimar a frequência dessas populações de transmissoras;
  • Limites superiores ajudam a calcular quão raras seriam sociedades do Tipo III na escala de Kardashev;
  • Busca multifrequencial é necessária, já que nem toda emissão seria restrita ao rádio.

Galáxias massivas possuem núcleos ativos, buracos negros supermassivos e processos físicos capazes de gerar fortes emissões de rádio. Contudo, se diversas civilizações tecnológicas utilizassem transmissões em larga escala, o efeito combinado poderia tornar uma galáxia artificialmente mais brilhante. A dificuldade, nesse caso, seria separar o que é natural do que é artificial.

Populações inteiras e o paradoxo de Fermi

Sinais de rádio intensos levantam hipóteses sobre sociedades extraterrestres na escala de Kardashev. (Crédito da imagem: Alice S Images/ Canva Pro)
Sinais de rádio intensos levantam hipóteses sobre sociedades extraterrestres na escala de Kardashev. (Crédito da imagem: Alice S Images/ Canva Pro)

Ao contrário das buscas tradicionais, centradas em estrelas individuais, alguns trabalhos, como os conduzidos por Brian C. Lacki, exploram a ideia de analisar populações inteiras de civilizações

Isso conecta-se ao Paradoxo de Fermi, que questiona por que, se tecnologias avançadas são possíveis, ainda não vemos evidências claras delas. Uma hipótese é que sociedades interestelares poderiam usar transmissões de rádio ou sondas autorreplicantes para expandir-se por suas galáxias.

Civilizações na escala de Kardashev

A escala de Kardashev classifica civilizações pelo nível de energia que dominam:

  • Tipo I: aproveitam a energia de um planeta;
  • Tipo II: utilizam a energia de uma estrela;
  • Tipo III: controlam a energia de uma galáxia inteira.

De acordo com modelos recentes, menos de 1 em 100 mil galáxias poderia abrigar uma civilização do Tipo III, tornando esse cenário extremamente raro. Ainda assim, sinais mais modestos, equivalentes a civilizações “intermediárias”, poderiam ser mais comuns e visíveis em futuras pesquisas.

Para além das ondas de rádio

Embora o rádio seja a janela mais tradicional, há espaço para buscar outras tecnossinaturas, como emissões de raios X, raios gama ou mesmo excesso de radiação infravermelha. Essa abordagem multidimensional pode revelar padrões coletivos invisíveis às pesquisas convencionais.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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