Regeneração florestal ajuda o clima, mas não reduz poluição global

Regeneração natural das terras absorve CO₂, mas não resolve a poluição. (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)
Regeneração natural das terras absorve CO₂, mas não resolve a poluição. (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)

A regeneração de florestas e pastagens em áreas agrícolas abandonadas é uma estratégia natural importante para combater as mudanças climáticas, pois esses ecossistemas absorvem dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera. Entretanto, um estudo recente publicado na revista Global Biogeochemical Cycles, conduzido por pesquisadores da Universidade de Columbia, mostra que esses ambientes também liberam outros gases de efeito estufa, como metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), que diminuem parcialmente seus benefícios climáticos.

Embora a absorção de CO₂ ainda seja significativa, a regeneração florestal não substitui a necessidade urgente de reduzir as emissões provenientes de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural. A combinação de restauração ecológica com políticas agressivas de redução de emissões é essencial para enfrentar a crise climática.

Entre os pontos-chave da pesquisa:

  • Análise de 115 estudos globais sobre regeneração florestal e pastagens;
  • Avaliação completa de CO₂, metano e óxido nitroso;
  • Benefícios climáticos maiores em regiões tropicais e subtropicais;
  • Importância de políticas integradas que considerem múltiplos gases.

Entendendo os impactos da restauração

Florestas recuperadas absorvem carbono, mas não compensam emissões fósseis (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)
Florestas recuperadas absorvem carbono, mas não compensam emissões fósseis (Crédito: Getty Images/ Canva Pro)

O estudo revela que a restauração de terras agrícolas é eficaz para captura de carbono, mas seu efeito climático é menor do que se estimava anteriormente quando se consideram todos os gases de efeito estufa. Além disso, evidencia a necessidade de:

  • Melhor contabilização de carbono em políticas climáticas;
  • Apoio a comunidades indígenas, guardiãs eficazes das florestas;
  • Financiamento público direto para restaurar ecossistemas de forma sustentável;
  • Reformas em mercados de carbono para evitar práticas de “greenwashing”.

Estratégias climáticas integradas

Para maximizar os benefícios da regeneração florestal, é crucial integrá-la a esforços de eliminação rápida de combustíveis fósseis. O estudo reforça que cada solução natural ou tecnológica tem limitações, mas pode contribuir significativamente quando combinada a estratégias abrangentes de mitigação.

A regeneração de florestas não é apenas uma medida ambiental, mas um investimento estratégico em biodiversidade, proteção de ecossistemas e resiliência climática, essencial para políticas sustentáveis em escala global.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.

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