A ideia de que o Sistema Solar já está completamente mapeado acaba de ser desafiada. Novos cálculos sugerem a existência de um corpo celeste desconhecido, possivelmente do tamanho da Terra, orbitando muito além de Netuno. Esse suposto objeto, provisoriamente chamado de Planeta Y, pode estar influenciando a trajetória de corpos gelados nos limites do nosso sistema estelar.
Logo nos primeiros indícios, os astrônomos identificaram uma anomalia: diversos objetos do Cinturão de Kuiper exibem uma inclinação orbital incomum a partir de cerca de 80 unidades astronômicas do Sol. Algo poderoso e invisível parece estar exercendo uma força gravitacional sutil, mas constante.
O que o Planeta Y poderia explicar:
- Desvio do plano orbital de objetos distantes;
- Alinhamento incomum em regiões além de Netuno;
- Influência gravitacional sem corpo visível correspondente.
Muito além de Netuno: uma órbita extrema

Modelos computacionais indicam que esse planeta hipotético teria uma órbita entre 100 e 200 vezes a distância da Terra ao Sol, percorrendo um caminho vasto e levemente inclinado, com cerca de 15 graus em relação ao plano solar. Essa distância extrema o tornaria praticamente invisível aos telescópios atuais, o que explica por que jamais foi detectado diretamente.
Diferentemente da hipótese do chamado Planeta 9, o Planeta Y atuaria sobre outra faixa do Sistema Solar, indicando que nosso entorno cósmico pode ser mais dinâmico e complexo do que se pensava. Sua massa, possivelmente entre a de Mercúrio e a da Terra, seria suficiente para remodelar lentamente o plano orbital dos corpos menores ao seu redor.
A era das grandes descobertas pode não ter acabado
Se confirmado, esse achado representaria a primeira descoberta de um novo planeta desde Netuno, há mais de 170 anos. Missões futuras, como as do Observatório Vera C. Rubin, poderão ser decisivas para identificar o suposto corpo celeste e, enfim, revelar o que se esconde no escuro gelado do espaço profundo.
A possibilidade de um planeta invisível reforça a ideia de que nosso quintal cósmico está longe de ser completamente compreendido. Cada novo desvio orbital observado pode ser a pista de um mundo silencioso, girando em um eterno inverno solar.