Novo estudo revela que extinções recentes estão diminuindo globalmente

Estudo mostra queda nas taxas de extinção de plantas e animais (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)
Estudo mostra queda nas taxas de extinção de plantas e animais (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

A perda de espécies tem sido um tema recorrente em debates sobre biodiversidade, com pesquisas anteriores sugerindo que o planeta estaria enfrentando uma extinção em massa. Entretanto, um estudo recente de Kristen Saban e John Wiens, da Universidade do Arizona, apresenta uma perspectiva mais detalhada: as taxas de extinção de plantas, artrópodes e vertebrados terrestres atingiram o pico há cerca de 100 anos e vêm diminuindo desde então.

A pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, analisou dados de quase 2 milhões de espécies, incluindo 912 que se extinguiram nos últimos 500 anos. Um dos pontos centrais é que muitas extinções históricas ocorreram em ilhas, geralmente causadas por espécies invasoras introduzidas por humanos, enquanto a ameaça principal hoje é a destruição de habitats nos continentes.

Padrões e causas das extinções

Biodiversidade: extinções recentes estão diminuindo globalmente (Imagem: Canva Pro)
Biodiversidade: extinções recentes estão diminuindo globalmente (Imagem: Canva Pro)
  • Mais afetados: moluscos e vertebrados em ilhas isoladas;
  • Menos afetados: plantas e artrópodes;
  • Causas históricas: espécies invasoras em ambientes insulares;
  • Ameaças atuais: perda de habitat, expansão urbana e agricultura;
  • Mudanças climáticas: sem evidências de aumento significativo de extinções nos últimos 200 anos.

Os pesquisadores destacam que não é adequado extrapolar extinções passadas para prever riscos atuais, pois os fatores que causaram perdas há séculos diferem dos desafios de hoje. Assim, a avaliação de níveis de ameaça atuais, realizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), fornece uma visão mais precisa das espécies em risco.

Conservação e perspectivas

O estudo reforça que a redução das taxas de extinção não diminui a urgência de proteger espécies. Pelo contrário, mostra que esforços de conservação têm efeito real, prevenindo perdas e ajudando a estabilizar populações vulneráveis.

Em síntese, a pesquisa indica que, embora a perda de biodiversidade continue sendo um problema sério, os dados recentes mostram uma tendência positiva graças a iniciativas de preservação. Compreender as causas históricas e os riscos atuais é essencial para planejar estratégias eficazes de proteção ambiental e garantir a sobrevivência das espécies no futuro.

Leandro Sinis é biólogo, formado pela UFRJ, e atua como divulgador científico. Apaixonado por ciência e educação, busca tornar o conhecimento acessível de forma clara e responsável.