A ciência da robótica acaba de avançar para um novo patamar: cientistas de Pequim desenvolveram uma língua robótica produzida a partir de óxido de grafeno, capaz de detectar sabores como doce, salgado, azedo e amargo com 99% de precisão.
Esse dispositivo integra a área de tecnologia neuromórfica, que busca reproduzir em máquinas processos sensoriais semelhantes aos do cérebro humano, tornando os robôs cada vez mais próximos da experiência humana.
Principais destaques da língua robótica:
- Detecção precisa de sabores: doce, salgado, azedo e amargo;
- Memória digital do paladar, permitindo que o robô “lembre” os sabores;
- Sensibilidade elevada graças ao óxido de grafeno, material condutor e sensível;
- Processamento integrado de sinais químicos em padrões digitais únicos;
- Potencial para aplicações avançadas em alimentos, saúde e robótica humanoide.
Como a língua artificial interpreta sabores

Na língua humana, papilas gustativas detectam moléculas e enviam sinais ao cérebro, que transforma esses estímulos em percepção de gosto.
A língua robótica imita esse mecanismo: quando entra em contato com o alimento, os íons liberados pelos ingredientes percorrem canais de grafeno que geram padrões elétricos específicos, representando cada sabor.
Esses padrões funcionam como uma “assinatura digital” do gosto, permitindo que o robô memorize e reconheça sabores posteriormente.
O sistema combina hardware especializado e rede neural para processar os sinais gustativos:
- A entrada de detecção capta os sabores e envia os dados para a camada seguinte;
- A camada de reservatório transforma os sinais químicos em padrões digitais;
- A rede neural conectada organiza essas informações, permitindo ao robô diferenciar e reconhecer sabores de forma confiável.
De forma simplificada, o equipamento traduz estímulos químicos em dados digitais, reproduzindo, de maneira artificial, a experiência sensorial que ocorre no cérebro humano.
Impactos e possibilidades futuras
Com essa inovação, robôs podem interagir com alimentos e medicamentos de maneira mais humana, ajudando em testes de qualidade, desenvolvimento de produtos e até no monitoramento de dietas ou saúde.
Além disso, abrir caminhos para máquinas que vivenciam sensações gustativas é um passo importante para aproximar a inteligência artificial da biologia humana, criando dispositivos mais adaptáveis e inteligentes.