Astrônomos revelaram uma descoberta surpreendente: Júpiter, o maior planeta do sistema solar, já foi ainda mais gigantesco com o dobro do tamanho atual. Essa revelação instigante veio após uma análise minuciosa das órbitas de duas de suas luas, Amalteia e Tebe.
O estudo, publicado na revista Nature Astronomy, lança nova luz sobre os primórdios do sistema solar e reacende o mistério sobre como os planetas se formaram.
Indícios escondidos nas órbitas das luas
Para entender o passado de Júpiter, os cientistas observaram as órbitas ligeiramente inclinadas de Amalteia e Tebe. Essas luas, embora pequenas, carregam pistas preciosas sobre a estrutura antiga do planeta. Vale destacar que elas foram levemente afetadas ao longo do tempo pela influência gravitacional de Io, uma das luas mais ativas de Júpiter.
Com isso, os pesquisadores perceberam que, para que as órbitas atuais fizessem sentido, o planeta teria que ter sido entre duas e 2,5 vezes maior logo após o fim da formação planetária. Sendo assim, foi possível reconstruir o tamanho original de Júpiter com base em dados observáveis, sem depender de hipóteses incertas sobre sua formação.
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Júpiter tinha um campo magnético maior do que hoje em dia

Outro dado fascinante é que, naquela época, o campo magnético de Júpiter era cerca de 50 vezes mais forte do que é atualmente, chegando a impressionantes 21 militeslas. Isso representa uma força 400 vezes superior ao campo magnético da Terra, o que reforça a magnitude do planeta em seus primeiros bilhões de anos.
Cabe ressaltar que Júpiter ainda está encolhendo. Segundo o Caltech, ele perde cerca de 2 centímetros por ano devido ao mecanismo Kelvin-Helmholtz um processo natural em que planetas gasosos se contraem conforme esfriam internamente. Dessa maneira, sua pressão interna diminui e ele segue encolhendo gradualmente.
Reconstruindo o passado de Júpiter
“É surpreendente que, mesmo depois de 4,5 bilhões de anos, ainda existam pistas suficientes para nos permitir reconstruir o estado físico de Júpiter no início de sua existência”, disse Fred Adams, astrofísico da Universidade de Michigan.
Além disso, Konstantin Batygin, do Caltech, reforça: “Nosso objetivo final é entender de onde viemos, e identificar as fases iniciais da formação planetária é essencial para resolver o quebra-cabeça”.
Por isso, os dados desse estudo oferecem um novo ponto de partida. “Um ponto a partir do qual podemos reconstruir com mais confiança a evolução do nosso sistema solar”.
Portanto, esse estudo não apenas amplia nosso conhecimento sobre Júpiter, mas também fortalece a compreensão sobre por que o sistema solar é como conhecemos hoje e por que ele continua a mudar.