O Universo continua a surpreender com seus mistérios e objetos extremos. Recentemente, astrônomos identificaram um buraco negro supermassivo, apelidado de BiRD (“Big Red Dot”), com aproximadamente 100 vezes a massa do Sol, localizado na região do quasar J1030+0524. A descoberta, publicada na revista Astronomy & Astrophysics, fornece novas informações sobre como esses gigantes cósmicos evoluem desde o meio-dia cósmico, cerca de 4 bilhões de anos após o Big Bang.
Utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), que observa o cosmos em luz infravermelha, foi possível detectar o BiRD, um objeto que permanecia oculto em estudos anteriores realizados com raios X e rádio. Este achado abre caminhos para compreender melhor a formação e o crescimento de buracos negros supermassivos em regiões remotas do Universo.
Principais características do BiRD
- Tamanho impressionante: cerca de 100 vezes a massa do Sol;
- Visibilidade em infravermelho: luz infravermelha permite a detecção apesar de bloqueio de raios X;
- Localização estratégica: região do quasar J1030+0524, uma área pouco explorada;
- Ausência em catálogos anteriores: não constava em registros de raios X e rádio;
- Potencial de estudo evolutivo: ajuda a entender a formação de buracos negros supermassivos.
Luz, poeira e a singularidade do BiRD

Buracos negros não emitem luz própria. Sua luminosidade surge do material que orbitam e consomem, criando quasares extremamente brilhantes. O BiRD apresenta um comportamento incomum: não emite raios X, como seria esperado em buracos negros ativos. A hipótese atual indica que uma camada densa de gás e poeira pode estar absorvendo essa radiação, permitindo apenas a passagem da luz infravermelha.
Esta característica torna o BiRD um laboratório natural para estudar a interação entre buracos negros e seu ambiente, além de demonstrar o potencial do JWST em revelar objetos invisíveis a outras tecnologias de observação.
Implicações para a astrofísica extragaláctica
A descoberta do BiRD não apenas amplia o conhecimento sobre buracos negros individuais, mas também contribui para entender a evolução de objetos supermassivos ao longo de bilhões de anos. Estudos como este podem ajudar a mapear a distribuição de quasares e esclarecer como buracos negros influenciam o crescimento de galáxias.
Com a ajuda do JWST, cientistas estão explorando uma nova fronteira da astrofísica, identificando objetos antes invisíveis e fornecendo dados cruciais para modelos teóricos do Universo primitivo.
O futuro das descobertas cósmicas
O BiRD é um exemplo do quanto a tecnologia de ponta pode transformar a exploração espacial. A luz infravermelha e métodos avançados de análise de dados permitem que astrônomos encontrem buracos negros ocultos e estudem seu impacto no cosmos. Pesquisas futuras poderão revelar novos objetos supermassivos, ampliando a compreensão da evolução galáctica e da estrutura do Universo.

