Uma das erupções solares mais intensas do ano ocorreu no lado oculto do Sol, lançando uma gigantesca ejeção de massa coronal (CME) que acabou atingindo Vênus. O fenômeno, registrado por observatórios espaciais da NASA e da ESA, impressionou pela velocidade extrema e pelo fato de ter ocorrido apenas uma semana depois de a mesma região solar estar voltada para a Terra, um detalhe que mostra o quão perto estivemos de um impacto direto.
De acordo com análises recentes, a nuvem de plasma viajou entre 1.300 e 2.400 quilômetros por segundo, o que coloca o evento entre os mais rápidos já registrados desde as erupções históricas de 1972 e 2017.
Principais pontos sobre a erupção solar:
- A ejeção partiu da mancha solar AR4246, agora no lado oposto ao da Terra;
- As ondas de rádio tipo II detectadas indicam choques intensos dentro da nuvem de plasma;
- A velocidade excepcional sugere altíssima energia liberada na erupção;
- O destino da CME foi Vênus, que não possui campo magnético global protetor.
Vênus: o alvo vulnerável das tempestades solares

Diferente da Terra, Vênus não conta com uma magnetosfera capaz de bloquear partículas energéticas. Assim, quando uma ejeção solar o atinge, parte dos gases das camadas superiores da atmosfera pode ser arrancada para o espaço.
Apesar disso, a atmosfera venusiana é extremamente densa e composta por dióxido de carbono e ácido sulfúrico, o que a torna resistente a mudanças visíveis mesmo sob impactos intensos. Ainda assim, esses episódios ajudam os cientistas a entender melhor a interação entre o vento solar e planetas sem proteção magnética, fornecendo pistas sobre a evolução atmosférica de mundos semelhantes.
Por pouco, a Terra não foi o alvo
A origem da explosão foi associada à mesma região solar que, há poucos dias, estava de frente para o nosso planeta. Caso a ejeção tivesse ocorrido uma semana antes, a Terra poderia ter enfrentado uma das tempestades geomagnéticas mais intensas dos últimos meses, capazes de causar interferências em comunicações e satélites.
Esse episódio reforça a importância do monitoramento constante do clima espacial, essencial para proteger infraestruturas tecnológicas e entender melhor a dinâmica imprevisível do Sol.


 
							 
							 
							