O período entre Natal e Ano-Novo não é apenas uma época de celebração: ele também é marcado por picos significativos de hospitalizações por infarto, podendo chegar a 37% em relação a outras datas. Esse aumento é resultado de uma combinação de fatores típicos das festas, como consumo excessivo de álcool e alimentos gordurosos, estresse emocional e alterações no clima, especialmente para pessoas com mais de 75 anos ou com histórico de doenças cardíacas e diabetes.
Estudos publicados em revistas científicas, incluindo uma análise sueca de 283 mil casos de infarto, indicam que o risco se concentra na véspera de Natal, especialmente durante a noite, quando ocorre maior vulnerabilidade do sistema cardiovascular.
Como a Síndrome do Coração de Feriado se manifesta
A chamada Síndrome do Coração de Feriado envolve alterações elétricas no coração, que podem provocar arritmias graves, como fibrilação atrial, além de aumentar a pressão arterial e inflamação. Alguns sinais de alerta incluem:
- Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares;
- Tontura ou falta de ar súbita;
- Dor ou pressão no peito;
- Fadiga incomum após esforço mínimo.
Essa condição não afeta apenas indivíduos com doenças preexistentes: até adultos jovens podem apresentar progressão acelerada de problemas coronarianos quando expostos a excessos típicos do fim de ano.
Estratégias para reduzir o risco cardiovascular

Para minimizar os riscos durante as festividades, é fundamental adotar medidas preventivas, como controlar o consumo de álcool, intercalando cada dose com água e evitando bebidas energéticas. Também é importante optar por refeições mais leves, priorizando assados magros, peixes, legumes e frutas, além de evitar o excesso de sal e de gorduras saturadas.
Manter as medicações em dia, sem interromper tratamentos contínuos, é essencial, assim como monitorar a pressão arterial e a frequência cardíaca em casa, sempre que possível. Garantir sono adequado, hidratação constante e a prática regular de atividade física contribui significativamente para a proteção cardiovascular. Seguir essas orientações ajuda a prevenir tanto eventos agudos, como arritmias, quanto complicações mais graves, incluindo infarto e AVC.
Atenção especial para grupos de risco
Pessoas com hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade ou histórico de arritmia devem redobrar cuidados. Pequenos excessos podem desencadear infartos agudos do miocárdio, piorando o quadro clínico. Assim, planejamento e moderação durante as festas são essenciais para manter o coração protegido.
Portanto, o fim de ano deve ser comemorado com alegria, mas também com consciência dos riscos cardiovasculares. Ajustar hábitos alimentares, controlar o consumo de álcool e manter a rotina de medicações são passos simples, porém eficazes, para reduzir as chances de sofrer um infarto ou arritmia nas festas.

